Foto: Max Haack / Ag. Haack / BN

O técnico do Bahia, Roger Machado, é um dos poucos em uma lista restrita de treinadores com contratos longínquos no Brasil. O jornalista Rodolfo Rodrigues publicou em rede social os nomes de quatro técnicos de clubes da Série A do Brasileiro que estão em atuação há mais tempo pela mesma equipe. No ranking, Roger ocupa a segunda colocação, perdendo apenas para Renato Gaúcho, do Grêmio. Confira:

Em contato com o diretor do Tricolor, Diego Cerri, ele comentou sobre a “dança dos técnicos” no Brasil e a atuação a longo prazo para desenvolvimento da equipe. “Acredito muito no trabalho com uma certa duração, com uma continuidade, com o desenvolvimento das equipes, em geral”, declarou Cerri. “O futebol brasileiro ainda peca muito, porque eu não acredito só num elenco formado por bons jogadores que possa render automaticamente”, completou, fazendo referência a rotatividade alta entre os treinadores das equipes no país e dizendo ser “ crítico em relação a essa instabilidade”.

“Acho que tem que ter um trabalho por trás, um trabalho diário, que dura determinado tempo para você conseguir atingir um entrosamento, que as ideias do treinador possam ser colocadas em prática”, defendeu, falando sobre a importância da comissão técnica para a equipe. 

No início desta temporada, cinco times da Série A já fizeram os técnicos “dançarem”. O Sport demitiu Guto Ferreira, que tinha a marca de 50 partidas pelo clube pernambucano quando o time foi eliminado na Copa do Brasil. Além dele, Argel Fucks saiu do Ceará e Alberto Valentim do Botafogo. Nesta semana também deixaram suas funções o técnico Dudamel pelo Atlético-MG e Cristóvão Borges do Atlético-GO. 

Sobre a postura do Tricolor em manter o treinador, Cerri falou da opinião pública e as consequências da estratégia. “Nós aqui no Bahia, em determinados momentos, somos até acusados de demorar muito pra tirar um treinador”, relatou o diretor. “Mas sempre você vai pecar em alguma coisa quando não dá certo. Ou você peca por querer dar um pouco mais de tempo e acreditar nessa continuidade do trabalho. Às vezes você detecta que não tem mais como segurar e por isso, em determinados momentos, vem uma troca inevitável”, esclareceu. 

Ceri finalizou comentando sobre o atual técnico do Bahia. “(…) o Roger hoje é um dos treinadores mais longevos do país, o que é bom para nós, é excelente para o Bahia, mas é ruim para o futebol brasileiro, porque ele não está há tanto tempo no clube para ter uma marca dessa”, posicionou o diretor, considerando as alterações em curtos períodos de tempo que são comuns em relação ao país. “Sempre quando pudermos ficar mais tempo com nossos treinadores, nós vamos fazer”, completou. (BN)