Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

O senador Otto Alencar (PDB) foi alvo de uma manifestação da Sociedade Brasileira De Ortopedia e Traumatologia (Sbot). A entidade acusa o parlamentar baiano de fazer uma declaração “desrespeitosa” com a classe durante a sessão de instalação da CPI da Pandemia, na terça-feira (27). Segundo a Sbot, durante a argumentação do senador Izalci Lucasotto o baiano teria dito “sou ortopedista, não sou médico”.

“Sua declaração foi desrespeitosa para com seus pares, feriu valores fundamentais que nortearam a criação da Sbot há quase 100 anos, tais como a valorização e o respeito profissional, e, mais ainda, colocou em dúvida nossa legitimidade profissional diante dos pacientes”, diz um trecho na carta da entidade endereçada a Otto e assinada pelo presidente da Sbot, Adalberto Visco.

Em outro trecho do texto a Sbot ressalta o peso das palavras do senador, que é uma figura pública com uma longa história na política nacional, e também destaca o fato da declaração ter sido feita “justamente num momento em que a classe médica brasileira – que congrega os cirurgiões ortopedistas e traumatologistas – sofre toda sorte de dificuldades decorrente da pandemia, incluindo risco de vida”.

“Somos médicos, senador, assim como vossa excelência; temos orgulho desta profissão que nos mantém afastados da família por longos períodos, que nos coloca em risco constante nas salas de emergências deste país desigual, mas ao mesmo tempo, somos gratos por participar, juntamente com colegas de outras especialidades, do privilégio de curar pessoas e salvar vidas”, afirma a Sociedade de Ortopedia na carta.

A Sbot, que é formada no âmbito nacional por mais de 18 mil médicos especialistas em Ortopedia e Traumatologia, diz entender que não houve intenção de menosprezar a área, e sugere o senador se posicione “adequadamente”. (Bahia Notícias)