O médico socorrista que atendeu a criança de 4 anos, morta após ser esquecida pelo pai dentro de um carro, na quarta-feira (6), em Alagoinhas, cidade a 110 km de Salvador, contou que a menina apresentava rigidez na mandíbula e tinha sinais de que havia morrido cerca de duas ou três horas antes.
“Infelizmente, quando chegamos ao local, não havia mais o que ser feito. A gente se deparou com a cena triste”, disse Abraao Melo. O socorrista indicou ainda que, ao chegar no local, encontrou a mãe da criança, que tinha retirado a menina de dentro do carro.
“A mãe tinha retirado a filha do veículo e eu pude constatar no local que a criança estava em óbito, inclusive tinha sinais de rigidez na mandíbula, o que denotava pelo menos duas ou três horas que tinha acontecido o óbito”, completou.
Segundo a Polícia Civil, o homem de 40 anos colocou a filha, identificada como Izzi Gil de Oliveira, no veículo e se esqueceu. A garota estava dormindo e como ele não estava acostumado a levá-la para a escola, não deixou a filha na instituição de ensino e foi para o trabalho.
Como a filha estava gripada, a mãe ligou para a escola e perguntou se a garota estava se sentindo bem. Ela foi avisada que a filha não tinha sido deixada pelo pai. Em seguida, ligou para o marido, que saiu do trabalho correndo em direção ao carro, mas a menina estava desacordada. O médico socorrista Abraao Mendes informou que não há um tempo estabelecido para que uma pessoa sobreviva dentro de um carro fechado, com o motor desligado.
“É difícil falar em tempo, mas, no ambiente em que a criança se encontrava, acreditamos que é muito rápido. Talvez uns 20, 30 minutos para a criança ficar desacordada, e talvez menos de uma hora para ir a óbito”, explicou. “É um ambiente muito quente. A temperatura é incompatível com a vida, com certeza o clima fez toda diferença”, apontou. G1