Fernando Vivas/GOVBA

A partir das 07h02 da manhã desta segunda-feira (21), o verão no hemisfério sul foi oficialmente iniciado. Até o dia 20 de março de 2021, a estação mais quente do ano deverá elevar as temperaturas em todo o país, aumentando o tamanho dos dias e reduzindo consideravelmente a duração das noites, assim como a quantidade de chuvas e períodos com temperaturas amenas.

De acordo com o previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na região leste do nordeste  brasileiro a perspectiva para os meses de janeiro, fevereiro e março é de precipitação abaixo da média, além de altas temperaturas ao longo do litoral nordestino. “O período é de forte calor e poucas chuvas nos próximos três meses. No entanto, é possível que ocorram variações e atipicidades”, explica o meteorologista Francisco Alves do Nascimento.

Ainda assim, o Inmet ressalta em seu relatório que todo o cuidado deve ser mantido com as tradicionais “chuvas de verão”, que apesar de esparsas, tendem a acontecer sem indicativos prévios e acompanhadas de fatores como queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Com a previsão de calor intenso para os próximos meses, o movimento nas praias baianas deverá aumentar consideravelmente, em especial por conta da retomada do turismo ao longo de todo o litoral. Mesmo com o cancelamento de diversas atrações como eventos, shows, ensaios de verão e até mesmo o próprio carnaval, por conta da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é de que o fluxo aumente na chamada alta estação.

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a Bahia aparece em duas colocações do ranking que define as 10 cidades preferidas dos turistas no verão 2021, elaborado pela plataforma Decolar. Capital do estado, Salvador aparece na 5ª posição da lista, enquanto Porto Seguro, município localizado no sul do estado, encontra-se na 8ª colocação.

Em Salvador, de acordo com as regras de flexibilização definidas pela prefeitura municipal, é possível frequentar toda a região da orla da capital, de segunda a sábado — salvo exceções como o Porto da Barra, Itapuã, Amaralina, entre outras, que só abrem a partir de terça-feira. Vale ressaltar que apesar da flexibilização, o uso de ombrelones, cadeiras e banquetas na praia seguem proibidos.

Apesar da segunda onda de casos de covid-19, há a expectativa na capital de que ocorra a reabertura seletiva de algumas praias nos domingos a partir do mês de janeiro. No entanto, de acordo com o prefeito de Salvador, ACM Neto, é necessário que o número de casos de contaminação na capital baiana não cresçam de maneira exponencial.

“A abertura aos domingos depende muito da postura de cada um. Se estivessem respeitando, desde agora, os protocolos estabelecidos, talvez estivéssemos em outras condições e as praias já poderiam estar funcionando todos os dias. Espero que não tenhamos que viver o verão inteiro com os domingos fechados, esse não é o interesse da prefeitura, mas vamos acompanhar os casos”, afirmou o prefeito, na última semana.

Enquanto as praias seguem como opção viável para os dias de calor neste verão, o mesmo não pode ser dito sobre os tradicionais eventos que permeiam o calendário de festas no estado da Bahia, que atraem um enorme número de pessoas locais e turistas. Pelo menos até o dia 4 de janeiro estão proibidos shows, festas e eventos independentemente do número de participantes.

Apesar das restrições de eventos, o governo da Bahia espera que o verão consiga voltar a impulsionar a economia em todo o estado, sem aumentar a proliferação do novo coronavírus. Para isso, foi elaborada uma norma técnica com recomendações para rede hoteleira, praias e ambientes públicos, companhias marítimas, embarcações marítimas, bares e restaurantes, trilhas e recomendações gerais para os turistas.

Chuvas e destruição
Apesar de ser marcado pela falta de chuvas e pelo calor intenso, o período que antecede o verão em duas cidades da Bahia teve como protagonista fortes chuvas e tempestades, ocorridas no mês de novembro e que causaram um impacto destrutivo em Ipiaú e Itabuna, ambos localizados no sul do estado.

As consequências das precipitações, como destruição de encostas e famílias diretamente acometidas pela catástrofe natural, exigiram que o governo federal, através da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MD), fizesse repasses para as recuperações necessárias e ajudas à população.

Ipiaú recebeu R$ 9,7 mil para a aquisição de cestas básicas e kits de limpeza para um total de 192 pessoas que sofreram com as chuvas. Em Itabuna, a situação é mais grave: no último dia 16, foi necessário um novo repasse de R$ 194,3 mil para a compra de cestas básicas, colchões e kits dormitório e de higiene pessoal e limpeza. No total, o município já recebeu mais de R$ 560 mil reais do governo federal. (Correio da Bahia)