O tiro que matou Arthur Aparecido Bencid Silva, 5, vítima de uma bala perdida no Réveillon em São Paulo, não partiu do revólver apreendido com o homem apontado pela polícia como principal suspeito do crime. Foi o que apontou um exame de confronto balístico realizado nesta quinta (4) pelo Instituto de Criminalística.

 

Segundo o laudo confirmado pelo delegado Antônio Sucupira Neto, responsável pelo caso, não há compatibilidade entre a arma do suspeito e o projétil retirado da cabeça de Arthur. Com isso, o suspeito anterior está descartado, e a polícia não tem em vista neste momento nenhum outro suposto autor do disparo.

 

De acordo com um laudo, Arthur foi baleado na parte superior da cabeça. A principal hipótese dos policiais era que, em comemoração à virada do ano, alguém tivesse realizado disparos para o alto. Um desses projéteis, após chegar a certa altura, teria então caído e atingido o menino, provocando um ferimento fatal. Agora, o próximo passo das investigações é a realização de um exame que determine qual foi a trajetória exata feita pela bala.

 

“Sabendo a trajetória do projétil, diminuímos o raio de suspeitos”, disse o delegado. Esse exame, que também deve ser realizado pelo Instituto de Criminalística, pode depender da reconstituição dos fatos do momento em que o garoto foi baleado, que pode ser marcada para os próximos dias.

 

De acordo com o resultado desse exame de trajetória da bala, dois prédios que ficam próximos à casa onde Arthur foi atingido podem entrar na mira da investigação policial. Nesse cenário, a hipótese seria de que o disparo tivesse partido de um dos apartamentos do edifício. A polícia já ouviu a síndica de um dos prédios, que disse que dois policiais civis moram no local, mas que eles não teriam passado a virada do ano em seus apartamentos.

 

“Ela afirmou que não houve qualquer incidente que tenha saído da normalidade”, disse o delegado. Segundo ele, a polícia descarta, por ora, a possibilidade de o tiro ter partido de dentro da própria casa. Isso porque, em seus depoimentos à polícia, os pais e um tio de Arthur alegaram que ninguém estava armado dentro da festa.

 

Sucupira Neto afirmou que aguarda também receber as imagens de uma câmera de segurança de uma casa que fica na mesma rua da residência onde a família de Arthur comemorava o Ano-Novo. “Precisamos delas para descartar a possibilidade de alguém ter passado pela rua atirando”, declarou.