Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, decretou neste último sábado (8) luto oficial por três dias por causa da marca de cem mil mortos no Brasil em decorrência da pandemia da Covid-19. Nesse período, a bandeira nacional da sede da corte será hasteada a meio-mastro. Segundo o presidente do STF, o país vive uma tragédia jamais vista em sua história e precisa de solidariedade e espírito fraternal para superar essa situação muito complicada. “São cem mil pessoas que tinham um nome, uma profissão, projetos e sonhos. Cem mil vidas que certamente deixaram sua marca no mundo e na vida de outras pessoas. São filhas e filhos que não mais estarão com seus pais no dia especial de amanhã. São pais que não terão o que festejar neste domingo”, afirmou Dias Toffoli em uma nota oficial. O luto oficial no STF terminará na segunda-feira (10). No dia seguinte, não haverá expediente na corte por causa do feriado da Justiça em comemoração à criação dos cursos de Direito no Brasil.

Leia a íntegra da nota assinada pelo presidente do STF:

“Na data de hoje, o Brasil chora pelas cem mil mortes em razão da Covid-19. Somos uma nação enlutada, que sofre pela perda de familiares, amigos e pessoas do nosso convívio social. Jamais vivemos uma tragédia dessa dimensão em nosso país. São cem mil pessoas que tinham um nome, uma profissão, projetos e sonhos. cem mil vidas que certamente deixaram sua marca no mundo e na vida de outras pessoas. São filhas e filhos que não mais estarão com seus pais no dia especial de amanhã. São pais que não terão o que festejar neste domingo.

Em nome do Poder Judiciário e do Supremo Tribunal Federal, manifesto nossos sentimentos de profunda tristeza e solidariedade aos familiares e aos amigos de cada uma das cem mil vítimas. Em solidariedade à dor de inúmeros brasileiros e em homenagem a cada uma das cem mil vítimas, o Supremo Tribunal Federal decreta luto oficial de três dias.

A maior pandemia da humanidade tem assolado a vida dos brasileiros. Passamos a conviver com a incerteza quanto ao futuro, a temer por nossa própria vida e saúde e pelas daqueles que amamos. Os reflexos e as dores oriundas da pandemia são inúmeros e imensuráveis. Mas a maior de todas as dores é, sem dúvida, a perda de alguém que amamos. Isso é algo que jamais pode ser restituído ou compensado.  

Nesses tempos de tantos temores e perdas, humanas e materiais, somos instados a exercer a solidariedade e o espírito fraternal; a olharmos uns aos outros como irmãos, como companheiros de jornada. Cada um de nós tem ‘apenas duas mãos, e o sentimento do mundo’, para usar a expressão de Carlos Drummond de Andrade. Que esse ‘sentimento do mundo’ continue nos mobilizando a apoiar uns aos outros como irmãos e a lutar por dias melhores. Que a esperança, o espírito de fé e a Ciência sejam nossos guias para que possamos encontrar meios de superação.

O Poder Judiciário Nacional e o Supremo Tribunal Federal seguirão a postos para servir os brasileiros em suas demandas por justiça, ainda mais essencial nesse momento de fragilidade social. Seguiremos incansáveis na proteção dos mais vulneráveis e desassistidos e em assegurar os direitos fundamentais do cidadão, promovendo a justiça e a paz social”. Conjur