Desde o dia 27 de abril, quando foi confirmado o primeiro caso de malária no município de Itabela, no Sul da Bahia, já foram registrados 53 casos positivos da doença. A informação foi dada pela diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Márcia São Pedro Leal, durante o ‘3º Fórum de Vigilância Epidemiológica’ promovido pelo Ministério Público estadual, na manhã da última quarta-feira (15).

“Realizamos diariamente ações de investigação, coleta entomológica de vetores, busca de pessoas sintomáticas, tratamento, coleta e leitura de lâminas de gota espessa”, destacou na oportunidade. Ela ainda afirmou que a maioria das pessoas confirmadas com a doença mora no assentamento Margarida Alves, em Itabela, onde um homem que estava em Manaus fez uma visita no local. Também há casos registrados em Porto Seguro e Itamaraju.

Na semana passada, o número de casos confirmados de malária já havia saltado de 9 para 36, um aumento de 289%. Desde então, a Sesab acompanha o surto na região e enviou técnicos e materiais para análise dos casos.

O crescente aumento de casos já fez os especialistas designarem que a região está tendo um surto de malária. De acordo com o médico e cientista especializado em doenças infecciosas e inflamatórias na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Bruno Andrade, um surto pode ser definido como um aumento rápido e inesperado do número de casos de uma doença contagiosa em uma região, em uma área específica, bem definida.

“Doença contagiosa é aquela que é transmitida diretamente de um indivíduo para outro, normalmente através de um agente infeccioso. Infecções que causam surtos apresentam um alta capacidade de transmissão, de expansão, em um curto espaço de tempo. Mas um surto sempre afeta uma região restrita, explica.

A malária é transmitida pela picada de mosquitos Anopheles infectados com o parasita, o protozoário Plasmodium. A doença também pode ser transmitida por compartilhamento de seringas, transfusão de sangue e de mãe para o feto, na gravidez.

Entre os sintomas estão febre alta, calafrios, sudorese e dor de cabeça, dores musculares, taquicardia e aumento do baço. Nos casos letais, o paciente desenvolve o que se chama de malária cerebral. (Correio da Bahia)