O homem que foi flagrado em vídeo agredindo uma mulher com vários socos no rosto, em Ilhéus, sul da Bahia, continua foragido, neste domingo (18). A polícia segue com as buscas por Carlos Samuel Freitas. O advogado de Carlos, Caíque Mota, disse que o cliente não vai se apresentar, por enquanto, e pediu à Justiça a revogação da prisão.

“Ele foi informado sobre o pedido de revogação da prisão, ontem ele cumpriu sua agenda profissional em outra cidade, haja vista que ele é representante comercial. Acredito que após a decisão judicial, caso não seja julgado favorável a sua revogação, o senhor Carlos irá se apresentar”, disse o advogado.

Carlos Samuel Freitas chegou a prestar depoimento na Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam), em Ilhéus, na quinta-feira (15), mas foi liberado por não haver flagrante e porque não existia mandado de prisão contra ele.

O suspeito teve a prisão preventiva decretada na noite de quinta-feira, e está foragido desde a sexta-feira (16), quando a polícia fez buscas em endereços ligados a ele, mas não o encontrou.

Agressões

Segundo a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Ilhéus, Carlos Samuel Freitas tem um longo histórico de agressões a ex-namoradas e mulheres da própria família, resultando em ao menos 11 boletins de ocorrência.

A agressão contra a ex-namorada foi gravada por vizinhos que presenciaram o ocorrido. A vítima, que não teve a identidade divulgada, não registrou o caso na polícia, mas, após o vídeo da agressão se espalhar na internet, a polícia abriu inquérito e intimou a mulher, que já foi ouvida e confirmou a agressão.

O caso, segundo a polícia, aconteceu em junho deste ano, quando Carlos Samuel e a vítima ainda estavam juntos. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a notícia do fato foi encaminhada na manhã de quinta-feira ao órgão, que solicitou de imediato a documentação à autoridade policial para a adoção das medidas cabíveis.

Segundo o órgão, o pedido da prisão se fundamentou “na necessidade de resguardar a ordem pública, considerando-se a gravidade da conduta concreta (exacerbada violência empregada) e a condição reincidente do autor do fato”.

O MP-BA informou que Carlos Samuel já foi denunciado em 2015 pelo Ministério Público por crimes de violência doméstica, ameaça e cárcere privado cometidos contra outra mulher. Ele foi condenado pela Justiça em primeira instância.

Ainda de acordo com o MP, após recurso impetrado pela defesa de Carlos Samuel, a condenação quanto ao crime de cárcere privado foi mantida, em agosto, pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que reconheceu a prescrição referente aos crimes de violência doméstica e ameaça.

Ele também foi investigado pela Polícia Civil de Ilhéus após suspeita de extorquir a própria mãe, em 2017. No entanto, o inquérito não teve andamento porque a mãe de Carlos, segundo a polícia, não quis levar o caso adiante. G1