O suspeito de matar a tiros Carla dos Santos Nunes, de 27 anos, em maio deste ano no bairro do IAPI, em Salvador, foi solto na terça-feira (27). Adelson dos Santos Oliveira foi detido por mandado de prisão temporária no dia 29 de maio. A defesa do suspeito relatou que ele foi solto pois não havia pedido de prorrogação da prisão temporária e como o prazo é de 30 dias, ele foi posto em liberdade pela Justiça.

O advogado também disse que a prisão aconteceu de forma ilegal, porque foi cumprida sem um mandado, com invasão dos policiais no imóvel em que ele se encontrava. Procurada pela produção da TV Bahia, a Polícia Civil da Bahia informou que a conclusão e envio do inquérito policial ao Ministério Público da Bahia, com a solicitação da prisão preventiva do suspeito do feminicídio, foi realizada no dia 16 de junho, 11 dias antes do prazo final do prazo da prisão temporária.

A família de Carla dos Santos Nunes está indignada com a soltura de Adelson. Em entrevista à TV Bahia, uma irmã da vítima, que não quis se identificar, disse que viu na delegacia imagens que mostram o suspeito com uma faca atrás de Carla. Ela acredita que o crime foi premeditado, porque o suspeito perseguiu a vítima.

“Ele queria saber de qualquer jeito onde ela estava. Mandou um áudio ameaçando ela dizendo para ela aproveitar a noite porque seria a última da vida dela. E foi o que ele fez, ele a matou”, afirmou a irmã da vítima.

A defesa de Adelson informou em nota que ele “está profundamente abalado com a perda da vida de sua companheira e sensível com a angústia e tristeza sentida por todos os familiares envolvidos”. Essa informação também causou indignação para a irmã da vítima.

“Ele manipulou a gente, ela e meus pais. Para chegar agora e matar minha irmã e tirar a vida de uma pessoa inocente, trabalhadora. É uma falta de respeito muito grande comigo, com a minha família e o Ministério Público permitir uma coisa dessa. É muito revoltante”, desabafou a mulher.

A irmã da vítima ainda disse que ele chegou a pedir dinheiro emprestado para Carla e para a família dela, e que acredita que o valor foi utilizado para pagar os advogados. O suspeito alegou para os familiares de Carla alegou que estava com dívidas e que precisava do dinheiro. Ele convivia com a família há cerca de 10 anos e segundo a mulher, todos confiavam nele. G1