Mais um suspeito de envolvimento na morte de Bruno e Yan Barros, assassinados após furtarem carne no supermercado Atakadão Atakarejo em abril deste ano, teve o mandado de prisão cumprido nesta quarta-feira (8). De acordo com a Polícia Civil, equipes do Grupo de Capturas (GCAP), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foram os responsáveis por executar o mandado, expedido pela 1ª Vara de Tóxicos de Salvador.

O suspeito não teve o nome divulgado e há indícios de que ele tenha envolvimento com o tráfico de drogas e outros assassinatos ocorridos na região do Nordeste de Amaralina. O mandado foi cumprido em um imóvel na Rua Itajua, localizada no mesmo bairro, onde também fica a unidade do Atakarejo em que Bruno e Yan, tio e sobrinho, teriam furtado carne e depois foram entregues para traficantes da região.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o homem preso foi conduzido para a 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). Um aparelho celular foi apreendido com ele e encaminhado à perícia. “Com o cumprimento da ordem judicial, o suspeito foi submetido a exame de lesões corporais e está à disposição da Justiça”, finaliza a polícia.

Relembre
A prisão desse suspeito acontece cerca de oito meses após a ocorrência do crime. Em julho, o Ministério Público da Bahia pediu a prisão de 13 pessoas envolvidas em crimes que resultaram nas mortes de tio e sobrinho. O pedido de prisão foi feito pela promotora de Justiça Ana Rita Nascimento.

Na decisão, a juíza Gelzi Almeida Souza decretou a prisão preventiva dos denunciados Agnaldo Santos de Assis, Cláudio Reis Novais, Cristiano Rebouças Simões, Victor Juan Caetano Almeida, David de Oliveira Santos, Francisco Santos Menezes, Lucas dos Santos, João Paulo Souza Santos, Alex de Oliveira Santos, Janderson Luís Silva de Oliveira e Rafael Assis Amaro Nascimento.

Outros dois denunciados puderam responder em liberdade: Ellyjorge Santos de Lima e Michel da Silva Lins. No caso deles, as denúncias foram por ocultação de cadáver. A magistrada determinou a aplicação de medidas cautelares de comparecimento em juízo mensalmente, de proibição de qualquer contato com familiares das vítimas e testemunhas do processo, e de proibição de sair da comarca de Salvador sem autorização judicial.

Na decisão, a juíza aponta que as medidas cautelares são cabíveis em crimes cuja pena seja inferior a quatro anos, como é o caso do delito de ocultação de cadáver, com pena de reclusão de um a três anos e multa.

Uma Ação Civil Pública no valor de R$ 200 milhões foi ajuizada na Justiça pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE) para que a rede de atacados Atakarejo, segundo o órgão, possa reparar dano moral, social e coletivo causado à população baiana negra e consumidora.

Já o supermercado anunciou a criação de um programa permanente de diversidade, que tem como um dos objetivos o debate e o combate ao racismo estrutural. A criação do Inklusão – Agir foi anunciada durante uma reunião virtual com os associados da empresa. O programa promete realizar projetos internos e externos na área de diversidade e equidade e será dividido por fases. Correio da Bahia