Foto: RosildaCruz

A proibição dos cruzeiros no litoral do Brasil vai causar prejuízo de cerca de R$ 70 milhões à economia baiana, segundo a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult). De acordo com o órgão, para este ano, mais de 60 cruzeiros com cerca de 200 mil turistas eram esperados a partir de outubro. A última temporada de cruzeiros aconteceu entre 2019 e 2020. Na época, cerca de 165 mil pessoas desembarcaram em Salvador, o que representou 10% de aumento em relação a temporada anterior. A alta, inclusive, refletiu na economia local.

“Foi um impacto muito grande, mais do que nas outras capitais, porque Salvador tem uma dependência muito grande do turismo. 70% da nossa renda vem do setor de serviços, 30% especificamente de turismo”, disse o secretário Fábio Mota. Para ele, a decisão é considerada “muito ruim” e atinge, além de empresários, também trabalhadores, pois cerca de 1,5 mil vagas de trabalho indiretas são criadas durante a temporada de cruzeiros.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não autorizou a retomada da temporada de cruzeiros na costa brasileira. Conforme o órgão, a decisão sobre restrições está sendo discutida por um grupo interministerial formado pela Casa Civil, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Saúde e Ministério da Infraestrutura e que agora só vai se manifestar sobre decisões de caráter sanitário.

O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo da Bahia, Luiz Augusto Leão Costa, afirmou que a estrutura para receber os turistas é segura. “Os protocolos são rígidos demais nesses cruzeiros e também em todo o segmento do turismo. Nós estamos preparados para atender toda a demanda que a temporada de cruzeiros vem a oferecer para a nossa cidade”, disse.

No entanto, a infectologista Clarissa Cerqueira disse que, mesmo com os protocolos de segurança, os cruzeiros podem representar risco durante uma pandemia. “Cruzeiros são locais, onde uma vez ou outra, pode haver surtos de alguma doença infecciosa, porque a gente tem aglomeração, tem o contato de pessoas mesmo com a implementação das medidas de prevenção da Covid”, explicou. G1