Mesmo com os festejos juninos suspensos por mais um ano devido à pandemia, a situação econômica na Bahia é melhor que em 2020, pois, em junho do ano passado, o estado começava a reabrir a economia depois do caos causado pelo coronavírus. Ainda assim, estima-se uma queda de 20% em relação ao que circulava no comércio baiano em 2019, o que representa uma perda de R$ 237 milhões.

A análise é do consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. Ele lembra que enquanto agora as lojas pelo menos conseguem continuar abertas e vender, no mesmo período do ano passado isso nem era possível diante das medidas restritivas. Ainda assim, não se compara a um ano de condições normais, ou seja, a situação permanece dramática.

Dietze explica que o setor de vestuário é o mais afetado com a suspensão do São João, pois vai deixar de comercializar roupas, calçados, adereços, tecidos, decoração típica, entre outros itens. Outro segmento que também tem sido altamente impactado é o de supermercados, pois, se não há festa, as pessoas não compram as comidas típicas.

Perde também o turismo porque não há visitantes para as pousadas, consumindo a cultura das cidades. “O turismo está muito ligado ao setor de eventos, então estamos falando de uma cadeia muito grande. É o montador de palco, a equipe de som, o pessoal da decoração, músicos, dançarinos… tudo isso tem impacto. São empregos que deveriam ser gerados. Há uma redução muito forte do transporte rodoviário e aeroviário. Se não tem turista chegando, impacta toda uma cadeia. É uma situação muito ruim pro turismo”, detalhou o especialista.

Ele destaca que a economia baiana continua sofrendo muito, pois há uma queda nas vendas no comércio em geral, já que o consumidor está bastante inseguro em relação ao seu emprego e a inflação, principalmente nos alimentos, tem tirado o poder de compra. Estes são fatores que dificultam a retomada do consumo.

Outro fator que pesa muito é o desemprego bastante elevado. No primeiro trimestre deste ano, havia 1,4 milhão de pessoas desempregadas na Bahia, segundo o IBGE.

“Agora estamos em um processo de reabertura da economia porque estávamos praticamente fechados em março e abril (com muitas limitações de funcionamento), mas o avanço da vacinação pode dar um ânimo a mais à economia baiana. Contudo, ainda há uma boa estrada pela frente para percorrer. O importante é que já passamos pelo fundo do poço e, daqui pra frente, imagino que será uma retomada lenta e gradual, mas o caminho é positivo”, concluiu Dietze. (Bocão News)