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Com uma carreira bem-sucedida e nenhum medo de expor suas ideias, nada mais natural que Taís Araujo, seja considerada hoje uma inspiração para outras mulheres, principalmente negras e mais novas. Mas a atriz conta que não foi sempre assim e admite que, quando começou a trabalhar, tinha vergonha de ocupar esse lugar.

“As atrizes que vieram antes tinham idade para ser minhas avós, minhas mães, era algo muito distante de mim. É isso que a maturidade traz de bom: você entende que tudo bem estar nesse lugar, que não é um problema. Pelo contrário, é muito legal”, afirmou durante o evento Profissionais do Ano, que ocorreu na quarta (18), em São Paulo.

Atualmente, Araujo diz entender a importância de haver artistas negros bem sucedidos servindo de referência positiva e acrescenta: essa admiração não é uma via de mão única. A própria atriz diz se inspirar com essas jovens que, nas suas palavras, estão mil anos a nossa frente em termos de pensamento.

“Sou alimentada por essas meninas o tempo inteiro, quando as escuto falo ‘ai que legal’. Alimenta meu trabalho, minha vontade de estar no palco, a qualidade das minhas escolhas –que não cabem só a mim– e também meu pensamento como atriz e cidadã”, reflete ela.

Araujo recorda uma conversa em que a atriz Jéssica Ellen falou que gerações mais novas não precisam passar pelos problemas que as anteriores tiveram: “A primeira vez que ouvi isso tomei como ofensa, hoje vejo que não precisa mesmo. Avançamos. Tomara que minha filha não tenha que passar pelo que essa geração passa agora”.