A movimentação da parte inferior do talude norte, da Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, chegou a velocidade de 42,4 centímetros por dia. A informação foi divulgada, neste domingo (2), pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Na última sexta-feira (31), uma porção do talude se soltou, e se acomodou no fundo da cava da mina. De acordo com a Defesa Civil do estado, a parte tinha 600 m².

Segundo o major Marcos Afonso, considerando a dimensão do talude, isso representa menos que 1% da área. A Vale, que é gestora da barragem, informou que a Barragem Sul Superior, a 1,5 km do talude, não foi afetada e que “as primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências”.

O Corpo de Bombeiros, disse que , 27 militares estão na região da Barragem Sul Superior, de prontidão, com 10 viaturas. Quase 500 moradores da aréa proxima da mina , chamada de zona de autossalvamento, já sairam de casa desde fevereiro. Aos poucos, eles tentam voltar à rotina. As mais de 6 mil pessoas que vivem na zona secundária de segurança, a cerca de 15 km do talude, só devem deixar suas casas se a barragem se romper.

A Vale começou o desmatamento de áreas particulares próximas a Barão de Cocais, na Região Central de Minas, mesmo antes de conseguir a autorização para a atividade, como aponta um documento obtido pelo G1. A justificativa da empresa para fazer obras na região é o risco de rompimento da barragem Sul Superior, na Mina de Gongo Soco. Muitos moradores estão se sentindo impotentes diante das máquinas gigantescas e das obras realizadas pela Vale na região.