O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu investigação preliminar sobre as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que integrantes da instituição monetária pensam em terceirizar a gestão de ativos do BC, dentre os quais estão as reservas internacionais do País. As declarações de Campos Neto foram dadas à gestora de investimentos BlackRock. O próximo passo é a equipe técnica do tribunal fazer relatórios e repassar ao ministro Benjamin Zymler, que é relator e será responsável por uma decisão sobre as apurações. A informação foi publicada nesta segunda-feira (24) pela jornalista Camila Bomfim, da GloboNews.
Após um pedido feito pelo procurador Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU), o tribunal vai “apurar os indícios de irregularidades a despeito do interesse do atual presidente do Banco Central, Sr. Roberto Campos Neto, em terceirizar a gestão de ativos do Banco Central especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil; solicitar com a urgência que o caso requer as devidas explicações do Sr. Roberto Campos Neto sobre as afirmações proferidas visando a transparência e a estabilidade da política monetária brasileira”.
Na representação, o procurador afirmou que, “diante de todos os riscos envolvidos, no meu entender, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do Banco Central especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil”. “A referida possibilidade reclama, pois, a obrigatória e pronta atuação do Tribunal de Contas da União, de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos”, disse.