Uma técnica criada na Bahia será utilizada na remoção da sucata do ferry boat Mont Serrat, que junto com o Ipuaçu está atracado na Marina de Aratu, em Simões Filho, há pelo menos 20 anos, a fim de evitar desastres ambientais na Baía de Aratu, em decorrência do óleo e lixo presentes na embarcação.

A técnica de envelopamento vai ser aplicada no casco da embarcação mais antiga e que foi considerada em um “estado de conservação crítico” pelo integrante da engenharia da Aratu Serviços Marítimos, Laurent Couvignou, responsável pelo planejamento da retirada do ferries da Marina de Aratu.

O envelopamento será feito para que componentes poluentes não afetem a água durante a remoção do equipamento. “A ideia é genial, prova a qualidade técnica dos serviços marítimos da Bahia”, avaliou o advogado especialista em Direito Marítimo, Zilan Costa e Silva.

A SS Metais, empresa que arrematou as sucatas dos ferry boats Mont Serrat e Ipuaçu, tem até o dia 10 de abril para a retirar os equipamentos do local. O prazo foi determinado em uma reunião realizada nesta segunda-feira (25) com a presença da empresa, do Ibama, Inema e da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Ao Bahia Notícias, Laurent Couvignou afirmou o prazo do dia 10 de abril é o indicado para a remoção do ferry Mont Serrat, atracado no porto de Aratu desde 1998. “A prioridade é para a retirada do mais antigo, que está em um estado mais crítico”, apontou.

Apesar da definição do uso do envelopamento para a redução dos riscos de desastres ambientais, a estratégia para a remoção dos equipamentos ainda não está completamente definida. “A gente está dando um apoio ao comprador dos ferries na parte de engenharia e planejamento. No sentido de direcionamento de uma solução esquemática para poder tirar os ferries dali. Estamos nos estudos iniciais, fazendo uma análise geométrica do problema pra entrar na análise técnica dos detalhes”, explicou Couvignou.

SALDO DA REUNIÃO

De acordo com o advogado Zilan Costa e Silva, na reunião a empresa se comprometeu a instalar geradores e bombas para continuar o bombeamento da água que entra pelos furos do casco, a fim de evitar qualquer risco em relação à embarcação. Ficou acordado ainda que a empresa deveria substituir as cordas que amarram os navios ao cais. “Pelo tempo que tinham lá, as cordas oferecem riscos. Devido à idade, elas podem apodrecer, estão há mais de 10 anos lá e nunca foram trocadas”, esclareceu Zilan.

“A empresa se comprometeu, em prazo anterior a remoção dos cascos, a retirada de todos os resíduos de hidrocarbonetos líquidos. Isso acontecerá sob acompanhamento dos órgãos ambientais, conforme ficou conversado e acordado na reunião por todas as partes”, acrescentou o advogado.

Na oportunidade, Zilan Costa e Silva ainda esclareceu a situação documental das embarcações. Segundo o advogado, o estado fez o leilão das sucatas das embarcações que não pertenciam ao estado da Bahia. Corre na Justiça um processo a fim de definir a propriedade das embarcações, ainda assim, a Bahia foi autorizada judicialmente a vender as sucatas. “O depósito do dinheiro foi feito na conta do processo, que continua discutindo de quem é o dono”, pontuou o advogado segundo o Bahia Notícias.