EC Bahia

O técnico Mano Menezes pediu desculpa pelo “palavreado” dirigido ao árbitro José Mendonça da Silva Junior na derrota para o Fluminense, em partida disputada no último domingo, no Maracanã. Ao término da partida, o treinador do Bahia chamou o profissional de “vagabundo”.

– Quero deixar uma coisa bem clara. Embora eu não tenha ido ao campo ao término do jogo para reclamar diretamente com a arbitragem. E fui com o primeiro intuito de tirar os jogadores, tanto que a minha observação é para um jogador nosso, que é o Elias, a captação da fala que tinha em relação ao episódio mostrou um descontentamento e uma reclamação indireta sobre os fatos que tinham acontecido. Quero pedir desculpas pelo palavreado usado, porque acho que não foi adequado e não é adequado em nenhuma circunstância, mesmo que você esteja certo. Existe um limite para as coisas. Então, penso que ultrapassei esse limite e peço desculpas por isso. Não quero deixar transparecer que isso é normal e correto – disse.

– Um técnico da minha trajetória tem que saber que, mesmo em momentos difíceis, em que até você pode achar que está certo, o limite da educação não pode ser ultrapassado e eu ultrapassei. Repito: peço desculpas por isso – afirmou.

O pedido de desculpa foi feito em entrevista concedida na manhã desta terça-feira, no CT Evaristo de Macedo, a Cidade Tricolor.

Mano ficou muito exaltado após a marcação de uma penalidade de Gregore em Nenê, com o auxílio do árbitro de vídeo. Sem a presença da torcida no estádio, a reação do treinador foi captada pela transmissão. Ele acredita que os microfones direcionados à área técnica devem ser repensados.

– Para uns técnicos, são mais destacadas [as ações na beira do campo] que para os outros. Alguns técnicos que vivem fora da área técnica, mas ninguém chama a atenção. Temos técnicos que reclamam de forma mais frequente, mas ninguém chama a atenção. Talvez, até pela trajetória e pelas posições mais duras, por uma certa antipatia ou simpatia. Penso que se valoriza isso demais no Brasil. Vejo na Europa, que é a grande referência nossa… Vamos usar a Premiere League. Muitas e muitas vezes, os técnicos fazem reclamações ríspidas, mas não temos esse som, o microfone logo embaixo do técnico, que talvez surgiu até como boa ideia de demonstrar trabalho do técnico, as orientações. Ao mesmo tempo, ela também torna público diálogos que, às vezes, não são tão bonitos que, na linguagem do futebol, são considerados mais normais. Penso que deveríamos repensar isso. Ao mesmo tempo que, sem dúvida nenhuma, o estádio estando mais vazio, o som dessa fala se torna mais ouvido de modo geral. Ficou um ambiente menos agradável, eu diria assim. Devemos repensar esse microfone, que ele não traz benefício algum – afirmou. Globoesporte