Em discurso na Federação das Indústrias do Rio (Firjan), o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu cortes no orçamento do Sistema S, conjunto de organizações focadas em treinamento que é gerida por federações de indústria, comércio e transportes, entre outros. “Como é que você pode cortar isso, cortar aquilo e não cortar o Sistema S? Tem que meter a faca no sistema S também”, afirmou Paulo Guedes.

 

Seu discurso foi proferido durante almoço com empresários fluminenses. Diante do espanto da plateia, emendou uma brincadeira: “Vocês estão achando que a CUT [Central Única dos Trabalhadores ] perde sindicatos e aqui fica tudo igual, o almoço é bom desse jeito, ninguém contribui?”, disse, desta vez recebendo aplausos segundo informações do Folhapress.

 

Ele referia-se às mudanças provocadas pela reforma trabalhista de 2017, que puseram fim ao imposto obrigatório pago por trabalhadores e geraram perda de receita para as maiores centrais sindicais do país. “A gente tem que cortar pouco para não doer muito. Se chegarem uns interlocutores inteligentes, preparados, que queiram construir, como o Eduardo Eugênio [Gouveia Vieira, presidente da Firjan], a gente corta 30%. Se não tiver, é 50%”, afirmou.

 

Aos empresários, Guedes disse que todos têm que dar sua contribuição para o ajuste fiscal. O presidente da Firjan, que havia defendido antes do discurso ideias do governo eleito, como a abertura econômica, disse depois que a entidade já tem um grupo de trabalho para apresentar proposta de reforma do Sistema S.

 

Guedes voltou a defender abertura da economia e criticar a postura supostamente protecionista de setores da indústria brasileira, dizendo que ficam “entricheiradas” tentando impedir a chegada de concorrentes. “Abrir a economia sempre foi uma alavanca de desenvolvimento”, afirmou. Folhapress