A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou que o presidente Michel Temer determinou nesta terça-feira (16) o afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica por 15 dias. Inicialmente, a nota da Presidência mencionava o afastamento dos vice-presidentes.

 

O Palácio do Planalto informou que a determinação de Temer se aplica somente aos quatro investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, que segundo a Caixa são: Antônio Carlos Ferreira (Corporativo); Deusdina dos Reis Pereira (Governo e Loterias); Roberto Derziê de Sant'Anna (Governo); José Henrique Marques (Clientes, Negócios e Transformação Digital).

 

Procurada, a Caixa Econômica informou que cumprirá a decisão de Michel Temer. Deusdina Pereira afirmou que não comenta assuntos submetidos ao exame do Ministério Público. Roberto Derziê disse à TV Globo que não vai se manifestar sobre o assunto. José Henrique Marques da Cruz afirmou que colocou sigilos fiscal e bancário à disposição das investigações e disse que as mensagens alvo da apuração não se referiam a sua pessoa.

 

Afirmou ainda que sua nomeação foi de caráter técnico. Antônio Carlos Ferreira disse que é servidor de carreira da Caixa e que sempre pautou sua conduta com ética e honestidade. Afirmou que, enquanto vice do banco, atuou com enfrentamento político e combateou “com veemência as absurdas exigências do deputado Eduardo Cunha”. Por fim, declarou que é inocente e que está “à inteira disposição” do MPF para esclarecimentos.

 

A decisão do presidente foi anunciada após o Ministério Público Federal do Distrito Federal e o Banco Central recomendarem ao governo federal o afastamento dos vice-presidentes. Os pedidos foram apresentados em razão das suspeitas de irregularidades na Caixa investigadas pelo MPF e pela Polícia Federal.

 

Deflagrada em 2016, a Operação Greenfield investiga desvios em fundos de pensão de bancos e de estatais. Por meio dessa investigação, a PF e o MPF descobriram irregularidades no Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), vinculado à Caixa, e deflagraram uma segunda operação, batizada de Sépsis.