Foto: Instituto Baleia Jubarte

O mar calmo e quente da Bahia será berço para as baleias Jubarte de julho a outubro. A migração das baleias acontece todos os anos da Antártida para a costa da Bahia e Nordeste buscando sucesso reprodutivo. As primeiras baleias já começaram a aparecer em nosso litoral. O Instituto Baleia Jubarte estima que cerca de 22 mil baleias passem pela costa baiana durante esta temporada. O biólogo Sérgio Cipolotti explica que a época é propícia para observação e pesquisas, que são realizadas pelo Instituto e alerta para cuidados na hora de praticar o turismo de observação de baleias e a maneira correta de ajudar em caso de encalhes.

Julho é o auge da temporada da chegada de baleias Jubarte na costa baiana. Segundo o biólogo Sérgio Cipotti, do Instituto Baleia Jubarte, as baleias são animais migratórios que ficam na Antártida no verão e outono se alimentando e na primavera e inverno vêm para os trópicos, principalmente a costa da Bahia e do Nordeste, para o sucesso reprodutivo. “ Julho já é o auge, o pico da temporada da chegada de bastante baleias. É quando elas vêm aqui, tanto as fêmeas que foram fertilizadas e tiveram sucesso na cópula ano passado estão voltando para ter seu filhote aqui em águas mais quentes e calmas. Eles são mamíferos, então para dar o leite, cuidar do filhote, elas precisam dessas águas mais quentes. E as fêmeas que estão ovulando vêm pra poder acasalar com os machos. Então é uma área reprodutiva, de nascimento e cria do filhote. ”

Segundo o pesquisador, as baleias não ficam tão distantes da costa, pois se sentem mais seguras de possíveis ataques de predadores, o que facilita a observação desses animais na superfície. O trabalho do Instituto envolve várias linhas de pesquisas com estudos genéticos, do canto das baleias, suas relações comportamentais e individuais e a distribuição destes animais ao longo da costa. Junto a operadoras parceiras, o Prejeto também promove o turismo de observação. “As baleias, são animais extremamente dóceis, exibem diversos comportamentos sociais, acrobáticos, saltos, batidas e lógico, respiração. Então a gente tem um encontro onde a gente realiza as nossas linhas de pesquisa e principalmente, durante a temporada, a gente desenvolve e incentiva o turismo de observação de baleias, que é o único lugar que você pode observar esses animais em seu ambiente natural. No Centro de Visitantes a gente tem as réplicas, informações visuais… Mas é nesse momento que a gente consegue ver de perto esses animais”. comenta.

Ao longo de 34 anos, o Instituto trabalha pela preservação das Baleias Jubarte que, na época da sua fundação, eram apenas mil baleias, que se produziram e continuam voltando à nossa costa. Sérgio Cipotti alerta que os interessados no turismo de observação das baleias devem procurar agências parceiras do Instituto, que realizam passeios com um pesquisador à bordo. “O turismo só deve ser feito por empresas capacitadas que saibam respeitar as normas e às listagem que regem uma portaria do Ibama que regula essa atividade. Não é só a pessoa ter um barco e ser o capitão do barco que a pessoa pode realizar, ela precisa ter essa informação sobre as normas, qual a distância que se deve ter do animal, o tempo, para ter uma garantia tanto da segurança do bicho como também dos passageiros.”  explica.

Em relação aos encalhes e possíveis acidentes, a recomendação é de nunca tocar no animal morto, por causa das chances de transmissão de doenças e ligar para (73) 988021874, em toda costa da Bahia e para o telefone do Instituto em Salvador (71)36761463, que enviará uma equipe especializada.“Nosso monitoramento é para garantir a conservação da espécie, o bem-estar delas nessas áreas de ocorrência, conhecer um pouco a sua distribuição e as suas características para cada vez mais a gente poder aproximar as nossas atividades, principalmente costeiras, que seria a pesca, tráfego de embarcações e o próprio turismo, de  forma harmônica e que as pessoas se sensibilizem e conheçam mais esse animal que cada vez mais será mais comum aqui na nossa costa, bem como no Brasil.” finaliza o biólogo.

Para visitas e mais informações, o Espaço Baleia Jubarte, em  Praia do Forte, funciona de terça a domingo, das 9h às 17h. No site do Instituto há uma relação de operadoras parceiras que realizam a observação com um pesquisador à bordo. Além do canal do YouTube com uma lista de documentários sobre as baleias. Tribuna da Bahia