Quase oito meses depois de mãe e filhas morrerem envenenadas em Maragogipe, no Recôncavo, a mulher acusada pelo crime vai passar pela segunda audiência. Elisângela Almeida de Oliveira e 12 testemunhas serão ouvidas nesta quarta-feira (20), no fórum do município. As informações foram divulgadas pela família das vítimas, que prometeram fazer uma manifestação em frente ao prédio antes da audiência começar.

Elisângela é acusada de matar com veneno Adriane Ribeiro Santana Santos, então com 23 anos, e as filhas dela: Gleysse Kelly Santos da Conceição, 5, e Ruteh Santos da Conceição, 2. As vítimas morreram em três segundas-feiras seguidas, nos dias 30 de julho, 6 e 13 de agosto de 2018.

Segundo os investigadores, Elisângela estaria interessada no marido de Adriane e pai das meninas, Jeferson Eduardo Brandão, 29, e isso provocou um desentendimento entre as duas mulheres. A acusada teria, então, colocado inseticida agrícola na comida das crianças e, depois, na da mãe.

Segundo a servidora pública, cunhada e tia das vítimas, Ana Paula Brandão, a audiência desta quarta vai dar continuidade ao primeiro encontro sobre esse caso, realizado no dia 14 de fevereiro. “Na primeira audiência, foram intimadas 14 pessoas, inclusive a ré, mas não deu tempo de ouvir todo mundo, apenas sete pessoas. Teve início às 9h e terminou às 20h. Nesse mesmo dia, intimaram as sete pessoas restantes e mais algumas”, contou.

Elisângela nega participação no crime

Desde que os crimes aconteceram, Jeferson se mudou. Segundo Ana Paula, ele terminou de construir a casa que estava fazendo para morar com a mulher e as duas filhas e está vivendo sozinho. Ela contou que o irmão ainda tem problemas para dormir e continua fazendo uso de remédios. A família espera que Elisângela seja levada a júri popular.

“Acreditamos na justiça. Foram três mortes, sendo duas crianças, que nem puderam se defender. Acreditamos que Deus está no comando e que assim que terminar essa audiência será marcado o júri popular”, afirmou.

Elisângela conheceu Jeferson e Adriane na igreja e frequentava a casa da família. Durante a investigação, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no local onde a acusada morava com o marido, Valci Boaventura Soares. Eles também foram acusados no decorrer do inquérito de coagir testemunhas para que não dessem informações à polícia e destruir provas que poderiam revelar o envolvimento deles nas mortes.

Valci está respondendo ao processo em liberdade. Já Elisângela segue presa no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Ela nega envolvimento no crime e, em uma entrevista em outubro do ano passado, insinuou que Jeferson, marido e pai das vítimas, poderia ter cometido o crime. A polícia não acredita nessa versão. A filha e uma sobrinha dos acusados também serão ouvidas na audiência segundo informações do Correio da Bahia.