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O governador Rui Costa (PT) declarou ter sido surpreendido com a história em torno do Colégio Odorico Tavares, no Corredor da Vitória, bairro nobre de Salvador. A escola pública construída na gestão do finado Antônio Carlos Magalhães (ACM) é alvo de polêmica após uma série de manifestações contrárias ao seu fechamento, inclusive com críticas de aliados do próximo governo do Estado.

“Foi uma questão mais polêmica do que eu esperava. Toda vez que tem tema palpitante, eu sempre me coloco ao lado da minha origem social, dos pobres. E muita gente tem a concepção de que uma escola boa, com teatro, só tem em bairro de rico e de bacana. Equipamentos de qualidade podem tá em bairros pobres”, disse em entrevista à rádio Metrópole nesta segunda-feira (27).

Sobre as críticas de aliados, o governador disse esperar contar com a presença deles quando os novos equipamentos forem inaugurados nos bairros populares de Salvador. “Tenho certeza que esses que críticas, dentro de 30 dias, vão está ao meu lado comemorando e sendo aplaudidos pelas comunidades do Lobato, Paripe, Cabula, Susuarana, São Cristovão, Pau da Lima, Imbui, Fazenda Grande do Retiro, Vila Canária (…). Serão 35 salas com ar condicionado, quadra coberta, campo society, piscina, teatro…”, afirmou.

A tática do discurso do governador foi pontuar a dicotomia rico e pobre em Salvador. Para justificar o fechamento do Odorico, que segundo o governador está sub utilizado com 140 alunos e poderia comportar mais de 3 mil, exemplificou outras áreas, como saúde, para ter equipamentos bons.

“Clínica boa só pode ter na Vitória, Itaigaral, Pituba? Policlinica boa vai ter na Escada (…); Maternidade boa vamos inaugurar no Batista Carybé, hospital todo novo, em Periperi. Tem gente que talvez não tenha dimensão social do que o equipamento desse no Lobato (…). A escola serve para o aprendizado, prática cultural…”

O petista também ironizou a ocupação empreendida por estudantes no prédio do Colégio Odorico Tavares e apontou que respeita a relação daqueles que ali estudaram. “Reconheço por quem estudou lá, tem relação afetiva, de memória, essas 20 pessoas que estavam lá nem estudam lá (…). Ali nem escola particular tem, pois não tem demanda para isso. Nunca teve e não tem horizonte de que vai ter”. Bocão News