Depois de um começo empolgante no segundo turno, o Vitória sofreu seu primeiro tropeço na metade final do Brasileiro ao perder para o Bahia por 2 a 0, na tarde deste domingo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pela 22ª rodada. Um dos momentos do clássico que mais chamaram a atenção foi a expulsão relâmpago do técnico Thiago Carpini, no início do segundo tempo.
Em entrevista coletiva após o confronto, o técnico rotulou como “desnecessários” os dois cartões amarelos que recebeu em sequência e descreveu a postura do árbitro Bráulio da Silva Machado no momento da advertência.
– Eu achei totalmente desnecessário. Ele veio com uma vontade muito grande me dar o cartão, com muita energia, não entendi. Não falei com a arbitragem em momento algum. Sem dúvida para o próximo jogo impacta. Mas temos uma comissão competente e capacitada. Vamos nos preparar bem durante a semana – desabafou o treinador.
Eu vejo Campeonato Brasileiro, Série A e Série B, todos os jogos. O próprio Rogério hoje estava quase dentro do campo, e eu também faço isso. Mas achei muito tendencioso ele dar o vermelho porque eu estava fora da área técnica”.
— Thiago Carpini
Erro nos detalhes
Carpini foi expulso aos sete minutos do segundo tempo, justamente no momento em que o Vitória buscava recuperação e crescia no jogo após sofrer gol ainda no início do primeiro tempo, que colocou o Bahia na frente do marcador.
Enquanto o Tricolor contou com a sorte no momento do gol após desvio em Wagner Leonardo que tirou as chances de defesa de Lucas Arcanjo, o Rubro-Negro desperdiçou chances claras no segundo tempo, a principal foi a finalização na trave de Zé Hugo. Diante desse cenário, Thiago Carpini não hesitou em sinalizar que os principais erros do Vitória foram nos detalhes.
– Precisamos corrigir, é uma oportunidade para procurar melhorar, evoluir. Temos que ter mais atenção, a gente sabia que o começo da partida seria muito intenso. O gol sai rápido, uma bola desviada. Não teve uma pressão do Bahia, não teve uma superioridade ofensiva notória. O que eu levo para o jogo do Cruzeiro é o jogo do Cuiabá, do Palmeiras, do Flamengo, jogos que fizemos bem. Os detalhes fazem diferença, algumas vezes à favor, outras vezes contra. Temos seis pontos em três jogos no segundo turno. No primeiro turno foi um ponto em sete jogos. Estamos pagando um débito do passado – alertou.
Vitória sem Matheusinho
O detalhe que talvez tenha pesado mais para o Vitória na tarde deste domingo foi a ausência do meia Matheusinho, peça importante do time nesta temporada e que havia participado de forma ativa em todos os Ba-Vis do ano. Carpini, no entanto, tentou amenizar a falta do camisa 30 e não atribuiu a derrota ao desfalque do atleta.
– Eu não acho justo atrelar o resultado a participação ou não de determinado atleta. Lógico que o Matheusinho faz falta, nós não temos no elenco alguém com a mesma característica com ele. Mas não acredito que a derrota foi pela ausência de Matheusinho. No primeiro tempo praticamente não houve lance de gols para as equipes, eles fizeram em uma bola desviada. No segundo tempo fomos melhores, faltou mais efetividade. Então mediante a ausência de Matheusinho também aconteceram coisas boas para a gente analisar. Outros jogadores vão ficar fora, vão fazer falta, e temos que encontrar dentro do elenco as respostas. Não vou atrelar a derrota de hoje ao Matheusinho.
Uma saída para contornar essa baixa foi a escalação de Filipe Machado pelo meio e três atacantes lá na frente, com Osvaldo na função de Matheusinho em determinados momentos do jogo. O técnico avaliou as alternativas e explicou a escalação de Machado pela primeira vez entre os titulares do Vitória.
– Tentei ter mais consistência no meio, Machado é um cara de muita competitividade. Eu entendo que o meio de campo é o setor do campo onde o Bahia tenta fazer superioridade numérica. A gente tentou neutralizar isso no primeiro tempo, tentou ter um pouco mais a bola. Acho que isso não aconteceu, principalmente nos primeiros minutos. Depois o jogo equilibrou, mas aí já estávamos atrás do placar. No segundo tempo fomos melhores.
A palavra da vez no Vitória é “virada de chave”. Depois de perder o Ba-Vi e ver a invencibilidade no segundo turno quebrada, os comandados de Thiago Carpini vão em busca da recuperação na próxima segunda-feira (19/08) contra o Cruzeiro, no Barradão, sem a presença do técnico à beira do campo.
– Priorizar o jogo a jogo. O mais importante é o próximo. Aqui já ficou para trás. Vamos tentar seguir pontuando no returno. É mais uma rodada que a gente fica fora da zona. Isso traz uma sensação boa, mas o mais importante é estar fora na 38ª rodada. Pode ser que a gente ainda volte para a zona de rebaixamento, vamos trabalhar para isso não acontecer. Agora vamos buscar o resultado dentro de casa, um jogo muito difícil contra um adversário que briga na parte de cima da tabela (Cruzeiro). Globoesporte