Fernandinho está de volta à seleção brasileira. O volante de 34 anos recebeu uma nova chance para, talvez, sair por cima após receber muitas críticas pelo seu desempenho em eliminações nas duas últimas Copas do Mundo.

O jogador vem de grande temporada pelo Manchester City, tendo sido eleito para a seleção do Campeonato Inglês em votos dos atletas profissionais. Tite, claro, o acompanhou de perto e exaltou sua personalidade ao justificar a escolha pelo veterano, que recebeu sua primeira convocação desde o Mundial da Rússia.

– É o mesmo que fez o gol do título da sub-20 (Mundial em 2003). É o mesmo Fernandinho. O Fernando é um cara muito transparente, muito “clean”. Sabe da expectativa, da sua responsabilidade, do seu futebol, de que tipo de trabalho a comissão técnica tem, do orgulho que ele tem. É pressão estar aqui, é uma responsabilidade muito grande estar falando com vocês, estar técnico da Seleção. Mas ao mesmo tempo é muito gratificante, como é bom representar o nosso país… “Ah, mas vai ter o risco de crítica?”. É da vida, e ele está suficientemente maduro.

Logo em seguida, o preparador Fábio Mahseredjian completou:

– Porque ele tem uma liderança, o quando ele nos ajuda no dia a dia. Ele tem uma liderança no seu clube também, nós visitamos o Manchester City e é visível. São várias qualidades dentro de um atleta só.

A convocação de Fernandinho impactou diretamente na ausência de Fabinho, titular do meio-campo do Liverpool. Tite afirmou que faz parte do processo deixar alguns destaques fora da lista:

– Todas as posições do setor estão bem justificadas e escolhidas. É duro, mas tenho responsabilidade de decidir. Ao técnico cabe medir desempenhos, e foi a decisão que tomei.

Philippe Coutinho também foi assunto. O meia do Barcelona, criticado por suas atuações nesta temporada, recebeu elogios de Tite pelo desempenho com a camisa amarelinha.

– Coutinho se transferiu, está fechando a temporada no Barcelona, e aí a gente pode analisar sob diversos ângulos. Qual é o Coutinho que a gente quer, o da Seleção ou do Barcelona? O Coutinho da Seleção, e agora esse espaço que aconteceu nesses oito jogos onde tiveram oportunidades a jovens, onde o setor de criação ficou abaixo do que era a minha expectativa, não teve o jogo bonito, criação. Fora esses detalhes lembro que foi decisivo contra a Argentina no Mineirão, jogando muito. No jogo que entrou em Porto Alegre contra o Equador, decisivo. Dentro do Brasil, contra o Paraguai, o primeiro gol, decisivo. O primeiro gol na Copa, decisivo. Esse a gente quer porque joga muito.

A lista tirou algumas dúvidas – nomes como Fabinho, do Liverpool, Danilo, do Manchester City, e Lucas Moura, do Tottenham, ficaram fora. Tite deu a entender que não foi uma escolha fácil:

– Quando você abre o leque, aumenta a concorrência. Eleva o nível. Escolhe dois volantes entre Casemiro, Fernandinho e Fabinho? É duro, é duro. Escolha entre Fagner, Danilo e Dani… Só para dar dois exemplos.

– Penso pela qualidade dele (do Lucas), não pela repercussão. Relação do público, emissora, comentário, essa responsabilidade não é minha. Globoesporte