Agência Brasil

Diante da pandemia do coronavírus, trabalhadores domésticos da Bahia pedem que sejam liberados do serviço, mas que os patrões não deixem de realizar os pagamentos. A solicitação é da Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos e o Sindicato da categoria na Bahia.

“Liberem as suas trabalhadoras, que seja uma liberação remunerada, pra que elas não percam o seu emprego e nem o salário, que nós sabemos que essas mulheres sobrevivem do seu trabalho. As diaristas, as cuidadoras, as trabalhadoras que estão no dia a dia, fixo ou não, o importante é a liberação com o pagamento, com a remuneração dessas trabalhadoras”, disse a presidente do sindicato na Bahia.

Seguindo esse caminho sugerido pelo sindicato, a jornalista Sarah Barnuevo está se dividindo entre as tarefas de casa e o home office. Há duas semanas a rotina dela e da empregada que trabalha na casa dela mudou.

“Decidi ficar em casa e manter os direitos dela [da empregada]. Não dá pra neste momento a gente se omitir”, conta.

Neste momento, para Patrícia Santos, que trabalha na casa de Sara, poder se resguardar em casa e ainda manter a atenção aos filhos, é muito importante a liberação remunerada.

“O importante é que ela está pagando o meu salário, porque se ela não tivesse, eu estaria passando dificuldade, estaria passando necessidade com meus filhos. A gente vive dessa renda, é o único dinheiro que eu tenho, e isso está sendo muito bom pra mim, porque eu estou podendo cuidar dos meus filhos”, revela Patrícia.

Para a patroa de Patrícia é um momento de aprendizado. “Foi difícil pra todo mundo, está sendo difícil para mim economicamente, mas é uma questão social, uma questão de consciência”, reforçou Sarah.

A diarista Valdirene Conceição disse também ter recebido a liberação remunerada de alguns clientes, mas ainda atua em outras casas. Ela trabalha em cinco residências diferentes, mas continua o serviço em duas.

“Todos [clientes] são da terceira idade, três deles me dispensaram, mas vão me recompensar como se eu tivesse trabalhando, e dois deles eu tenho necessidade de ir, por conta da idade”, conta.

Valdirene está entre os mas de 300 mil trabalhadores domésticos em todo o estado. Ela acredita que o serviço deve ser mantido em algumas situações, como na casa de idosos e diz que se cerca de cuidados.

“Estou tomando banho, tirando uma roupa, trocando outra, usando máscara, usando luva e mantendo a distância deles. Faço meu serviço de uma maneira que eu possa ficar menos tempo com eles e ir logo para casa”, diz Valdirene. G1