Três trabalhadores rurais foram resgatados por representantes do Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA), em situação semelhante ao trabalho escravo, em uma fazenda localizada no município de Ribeirão do Largo, no sudoeste do estado.

Segundo informações do MPT, o caso aconteceu na segunda-feira (5). As vítimas atuavam também na criação de animais. Uma força-tarefa foi realizada no local, após denúncias, e foi constatado que os lavradores viviam em dois alojamentos com condições desumanas.

O Ministério Público do Trabalho informou que o primeiro quarto tinha vigas escoradas por um pedaço de madeira, e ficava ao lado de um chiqueiro, com fezes de diversos animais espalhadas ao redor.

No outro alojamento, os trabalhadores dormiam no mesmo local utilizado para guardar os alimentos dos animais, com camas improvisadas. O empregador não fornecia cama, colchão, travesseiros e mantas.

Conforme o MPT, os alojamentos não tinham água potável para beber ou cozinhar, nem locais para guardar e conservar os alimentos. Não havia sanitários em condições de uso e locais para banho.

De acordo com o órgão, as instalações elétricas eram precárias. As lâmpadas só ligavam quando os trabalhadores conectavam os fios dos aparelhos e móveis na tomada.

O local para banho era uma pequena bica com balde e panelas, utilizadas para o asseio. A carne usada para alimentação ficava pendurada no varal para evitar o contato de ratos.

O Ministério Público do Trabalho da Bahia informou que o dono da fazenda deve regularizar a situação dos trabalhadores de forma retroativa e oferecer condições dignas de trabalho.

O órgão informou que os lavradores foram cadastrados para receber seguro-desemprego por três meses, período em que serão adotadas medidas de apoio social, de capacitação profissional e recolocação no mercado de trabalho.

O MPT informou que aguarda a posição do dono da fazenda para definir se vai ingressar com ação judicial para a cobrança dos valores das rescisões dos contratos de trabalho e da indenização por danos morais individuais e coletivos.

A operação contou com auditores-fiscais do Trabalho, e representantes do MPT, da Defensoria Pública da União, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia, da Polícia Rodoviária Federal e do Grupo Especial de Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo na Bahia. Todos os órgãos fazem parte da Comissão para Erradicação do Trabalho Escravo na Bahia (Coetrae). G1