G1

O Tribunal de Justiça determinou que Alexandre Nardoni, condenado pela morte da própria filha (Isabella Nardoni), volte para o regime fechado. Alexandre estava cumprindo sua pena no regime semiaberto desde o fim de abril, e estava usufruindo do benefício da saída temporária de Dia dos Pais. Seu retorno esta previsto à P2 de Tremembé até está quarta-feira (14). Segundo a justiça, não existe uma definição se a decisão vai impactar no benefício da “saidinha”.

A decisão publicada nesta última terça-feira (13), onde o Ministério Público teve seu recurso julgado, contrariando a sentença que permitiu a progressão ao regime semiaberto. A defesa de Nardoni vai recorrer da decisão, segundo o G1.

A 4ª Câmara de Direito Criminal do TJ, que julgou o recurso, determinou a realização com urgência do teste de Rorschach, popularmente conhecido como “teste do borrão de tinta”. A decisão foi unânime dos magistrados Luís Soares de Mello, Euvaldo Chaib e Camilo Léllis.

O exame consegue perceber elementos e traços da personalidade profundos dos pacientes analisados e serve para identificar, por exemplo, se Nardoni corre o risco de cometer crimes novamente e se está apto ao convívio em sociedade.

De acordo com o relator do caso, apesar de ter cumprido o tempo exigido para a progressão, isso não seria o suficiente para conceder o semiaberto. O colegiado determinou que ele volte ao regime fechado e seja submetido ao teste de Rorschach, para avaliar o perfil psiquiátrico. Para os desembargadores, o crime hediondo exige mais de uma avaliação antes que o detento volte ao convívio social.

“Tratando-se de delito hediondo, verdadeiramente nefasto, com penas altas a descontar, toda prudência será necessária para colocar-se o cidadão de volta ao convívio social. O caso, enfim, recomenda cautela de modo que o regresso do agravante ao seio social deve ser feito com toda a prudência possível”, afirmou o relator Luís Soares de Mello.

Para o desembargador Euvaldo Chaib, é preciso a análise do perfil psiquiátrico de Nardoni levando em conta que ele trata a morte da filha como tragédia familiar e insiste na afirmação de que havia uma terceira pessoa no apartamento, que teria cometido o crime.