Após determinar que as plataformas digitais suspendam o repasse de valores de publicidade a páginas investigadas pela propagação de fake news, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prepara uma resolução específica para barrar, em definitivo, a monetização de canais utilizados para fins políticos durante as eleições. A ação atinge ações tanto de candidatos como de apoiadores.
A avaliação é que os recursos arrecadados pelas contas se encaixam em financiamento privado de campanha, o que não é permitido pela atual legislação.
Segundo entendimento da corte, a injeção de valores oriundos de publicidade em canais e páginas já pode ser considerada ilegal pelas normas atuais, mas uma resolução pode tornar a questão mais clara.
A monetização passou a ser um tema importante desde a abertura das investigações de fake news e dos atos antidemocráticos, ambas sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas duas apurações, as suspeitas giravam em torno de que bolsonaristas envolvidos na divulgação de mentiras e de ataques contra as instituições conseguiam fazer isso financiados pelas próprias redes sociais.
No fim de julho, o presidente Jair Bolsonaro fez uma live para atacar as urnas eletrônicas e a segurança da eleição de 2022. Ele exibiu uma série de teorias falsas, cálculos equivocados e vídeos antigos, já verificados e desmentidos, mas que ainda circulam na internet, como supostas evidências de fraude no sistema eleitoral.