Agência Brasil

O Ministério da Saúde anunciou na sexta-feira (27), que a vacina contra a Covid-19 que estiver aprovada não deverá ser oferecida para toda a população no próximo ano. Segundo a pasta chefiada pelo general Eduardo Pazuello, apenas grupos de maior risco de exposição e complicações pela doença terão acesso ao imunizante. “A sequência de vacinação vai depender da disponibilização em escala da vacina para o país”, declarou em entrevista coletiva o secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco.

A “escala” envolve a quantidade de doses e o cronograma de aquisição e consequente disponibilização destas. Franco acrescentou que a definição dos públicos prioritários será feita pelo governo a partir de dois tipos de informações. O primeiro envolve aqueles segmentos com maiores riscos de evoluir para um quadro grave, os chamados grupos de risco. Neste universo estão pessoas idosas e com comorbidades.

O segundo tipo de informação diz respeito à própria vacina que será utilizada. “Por outro lado o aspecto farmacológico com a bula da vacina. Iremos identificar os públicos para os quais ela oferecerá segurança e eficácia. Fazendo a confrontação dos dados, iremos definir os públicos prioritários para vacina”, pontuou o secretário executivo. O governo de Jair Bolsonaro trava uma guerra contra a vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

No Brasil, ela está sendo testada pelo Instituto Butantan, órgão do governo de São Paulo, subordinado ao governador João Doria, adversário político de Bolsonaro. Doria tem acusado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de prejudicar por razões políticas o desenvolvimento da vacina chinesa pelo Butantan e diz que vai aplicá-la sem autorização federal.