O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou, nesta sexta-feira (11), em seu perfil no Twitter, não ter visto racismo no caso so congolês Moïse Mugenyu Kabagamge, assassinado brutalmente em um quiosque no Rio de Janeiro. Camargo disse que Moïse “andava e negociava com pessoas que não prestam” e que “foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes”.

“Moise andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”, escreveu.

Camargo ainda afirmou que o refugiado foi “morto por selvagens pretos e pardos”, mas que “isso não faz dele um mártir da ‘luta antirracista’ nem um herói dos negros”. Segundo o presidente da Fundação Palmares, “o crime não teve a ver com ódio racial. Moïse merece entrar nas estatísticas de violência urbana, jamais na história”.

A afirmação é uma referência a uma declaração do poeta e escritor franco-congolês Alain Mabanckou, que participa da 11ª edição da Festa literária das Periferias (Flup) no Rio.

O presidente da fundação também aproveitou para criticar a ‘esquerda’ em suas postagens. “A esquerda exige que negros defendam bandidos quando são pretos também, pois no fundo nos vê a todos como bandidos, seus iguais. Não há convivência com o crime em razão da raça e nem tolerância com criminosos com base na cor da pele”, disse.

E ainda afirmou que todos “os heróis que a esquerda elege para os negros tem um componente de marginalidade”. A família do congolês diz que ele foi morto após cobrar uma dívida de R$200 referentes a diárias trabalhadas no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os três suspeitos que espancaram Moïse já foram presos e negaram que o assassinato tivesse motivação racista.