Foto: Mattheus Miranda / bahia.ba

Cotado para ocupar a vaga de suplente do senador Otto Alencar (PSD), o vereador de Salvador Augusto Vasconcelos (PC do B) comentou sobre a “PEC dos Combustíveis”, cuja votação teve início nesta quarta-feira (29) e foi adiada.

Em entrevista ao bahia.ba, nesta quinta-feira (30), o edil classificou a controversa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) como uma medida “eleitoreira” do governo federal e afirmou que ela não irá reverter a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL), na tentativa de garantir a reeleição.

“Eu avalio que o povo brasileiro já tomou sua decisão, a rejeição a esse governo é gigantesca. É evidente que essas medidas adotadas em fim de governo visam exatamente diminuir a sangria que enfrenta o governo Bolsonaro, com uma imensa rejeição. Não acredito que será possível reverter a eventual vitória do próximo presidente da República, que eu tenho certeza que será Lula”, declarou Vasconcelos, durante inauguração do Colégio Estadual Vila Canária, em Salvador.

“Nós entendemos que política social não deve ser tratada como uma política eleitoreira, mas sim como algo permanente. Política de médio, longo prazo, algo estrutural. E não é isso que o governo Bolsonaro vem fazendo, inclusive, promovendo cortes orçamentários na educação, na ciência e tecnologia, no esporte, na cultura”, disse o vereador, ao criticar a PEC que prevê, entre outras coisas, a ampliação temporária do Auxílio Brasil até o fim do ano, além do pagamento de um vale-gás, e criação de voucher para caminhoneiros.

“Não são essas medidas que resolverão o problema da nação”, afirmou Augusto Vasconcelos, segundo o qual o país precisa “retomar o caminho do desenvolvimento econômico”, ampliar a distribuição de renda e garantir emprego para a população para “sair desse buraco profundo que fomos enfiados por uma lógica neoliberal ultrapassada que não deu certo em nenhum lugar do mundo”.
CPI DO MEC

O vereador comentou também a CPI do MEC, protocolada nesta semana pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com o objetivo de apurar o suposto esquema de corrupção dentro do Ministério da Educação, que resultou na recente prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e de pastores evangélicos pela Polícia Federal.

Segundo Vasconcelos, os governistas tentam “fazer um malabarismo” para evitar que a Comissão Parlamentar de Inquérito avance e coloque uma lupa em outros malfeitos da gestão Bolsonaro. “Eles temem que esse novelo do que está aparecendo na mídia sobre o episódio envolvendo o ex-ministro Milton Ribeiro possa desencadear uma onda de investigações que atingem em cheio outros setores do governo”, acusou o edil, defendendo que “a promiscuidade na relação com os recursos do MEC está comprovada” e apontando supostas manobras dos aliados do presidente para barrar as investigações.

“Eles querem fazer um malabarismo pra evitar que a CPI do MEC vá adiante, colocaram uma série de CPIs, inclusive sem objeto definido. Tem CPI que trata de 16 estados ao mesmo tempo, cita todos os estados das regiões Norte e Nordeste…”, criticou. Bahia.ba