Foto: Itana Alencar/G1 BA

Curiosa – e até desnecessária – a importância que o governo federal tem dado à investigação sobre o supostamente criminoso vazamento de óleo na costa nordestina em detrimento de ações para conter os danos de mais um devastador desastre ambiental.

Em Barra do Itariri, Litoral Norte, é a própria população local que recolhe, precariamente, do jeito que pode, o que encontra do material que se espalha pelas praias, enquanto ele se impregna na areia e se espalha inclusive por rios, matando animais e devastando a vegetação local.

O quadro se repete em outras localidades, onde pescadores e comerciantes agem de forma heróica para conter o estrago. As medidas são insuficientes, entretanto, e diminutas ante o que o Poder Público poderia fazer e, lamentavelmente, não se sabe o motivo, não faz.

Não se viu até agora um pronunciamento do Ministério do Meio Ambiente nem do presidente Jair Bolsonaro e mesmo do secretário de Meio Ambiente da Bahia e do Inema com relação às medidas que precisam ser adotadas para evitar a propagação de mais esta agressão ao meio ambiente.

Na Bahia, oito praias já foram atingidas pela mancha de óleo. E há notícias de que elas já começam a chegar a Salvador.

Notificar 30 navios ou mesmo culpar uma suposta ação terrorista da Venezuela, transformada num adversário político pelo atual presidente, pelo desastre não vai, definitivamente, evitar que suas mazelas se espalhem em prejuízo de toda a população.

Sequer um inventário dos estragos produzidos pelo vazamento tanto os governos federal quanto estadual, dada a inação e mesmo inércia em relação ao problema que já se arrasta há mais de uma semana, conseguiram até agora prover, o que deve dificultar seu combate.

Os veículos de comunicação, por sua vez, prestariam um melhor serviço à sociedade se, ao invés de acompanhar o esforço tresloucado do governo federal em apurar responsabilidades, cobrassem do Poder Público ações imediatas para evitar que o desastres se amplie. Política Livre