Milton Ribeiro revelou em conversa com sua filha, no dia 9 de junho, ter sido alertado por Jair Bolsonaro sobre um “pressentimento” de que iriam atingir o presidente por meio de uma investigação contra o ex-ministro da Educação.
Segundo ele, Bolsonaro “achava” que haveria uma operação de busca e apreensão.
O diálogo com o mandatário teria ocorrido no mesmo dia da conversa telefônica entre Ribeiro e a filha, que foi interceptada pela Polícia Federal.
A suspeita de interferência de Bolsonaro e de vazamento da operação Acesso Pago, que prendeu Ribeiro e pastores no caso do balcão de negócios no Ministério da Educação, embasaram a decisão do juiz Renato Borelli, desta sexta (24), de enviar o caso para o Supremo Tribunal Federal.
“Hoje o presidente me ligou, ele está com pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim. É que tenho mandando versículos para ele”, disse Ribeiro, na conversa revelada pela GloboNews e confirmada pela Folha.
Veja abaixo a íntegra da conversa, incluindo eventuais erros de português, conforme transcrito na investigação.
Veja a íntegra da conversa:
Filha: Oi! Tudo bem?
Milton: Tudo bem!
Filha: Como é que cê ta?
Milton: É, eu tô chegando aqui na.. no hospital… caminhando …
Filha: Ah, ta!
Milton: Eu vim ver a MIRIAN. A mãe ela… a mãe ela teve acho que uma crise renal
Filha: então, o DUDU me falou. Eu achei que você já tinha encontrado com ela. Falou que ela foi pro pronto socorro direto pro hospital, né?
Milton: Pois é…
Filha: ai caramba!
Milton: é, eu não ia subir… mas, agora eu tô chegando aqui no hospital
Filha: Que bom pai! Aíi você vê a Ana Paula também, vê…
Milton: é verdade
Filha: E você? Ta bom pai?
Milton: Tudo bem! As coisa tão caminhando
Filha: Caminhando …
Milton: A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? E que eu tenho mandado versículos pra ele, né?
Filha: ah! Ele quer que você pare de mandar mensagens?
Milton: Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… e… é muito triste. Bom! lsso pode acontecer, né? se houver indícios né…
Filha: Ah!
Milton: Mas, não há por que, meu Deus
Filha: Ah pai! Não… essa voz não é definitiva… eu não sei se ele tem alguma informação… eu tô te ligando do meu… eu tô te ligando no celular normal, viu pai?
Milton: Ah é? Ah, Então depois a gente se fala então! Tá?
FIlha: Tá bom!
Milton: um beijo (ininteligível) procê!
Filha: Um beijo! Tchau, tchau !
Milton: Mas, deus vai cuidar! Deus tá cuidando!
Filha: é, depois (ininteligível)… sentimentos…
Milton: Pressentimento… ele falava em pressentimento e tal… ele tava viajando pros Estados Unidos.
Filha: Ah! Que legal! Você falou…
Milton: é, ele tava nos Estados Unidos…. mas ta bom! Eu tô …
Filha: É, pai! A gente não tem nada a esconder…
Milton: graças a deus!
Filha: Então… (risos) e boa sorte pra quem quiser fazer uma busca lá no vinte um (risos)
Milton: (ininteligível) Eu fico pensando…
Filha: Ai meu deus! (risos) não da nem pra entrar naquele apartamento
Milton: Você foi lá? Você viu?
Filha: O DUDU filmou pra gente
Milton: Meu senhor amado…
Filha: Mas logo vai melhorar quando eles mudarem, né?
Milton: é, se Deus quiser…
Filha: Quando que vai ficar pronto?
Milton: Eu acho que daqui mais umas… eu acho que agora pode ter tempo que quiser, porque,
enquanto a PAULINHA não…
Filha: Assim… Era bom… mas pode fazer a mudança com ela no hospital ainda, né? Que aí já… vaga, pelo menos, né? E ela nem precisa passar por esse transtorno que é fazer mudança, né? ai… ai, então vai cuidar da sua enferma
Milton: segunda feira, talvez venha me visitar aqui o REVERENDO OSNI
Filha: Ah! Que bom pai! Que ótimo!
Milton: é (ininteligível)..
Filha: Vai sim pai… vamos receber misericórdia, também…
Milton: É… então tá bom então, filha! Um grande beijo viu?
Filha: Outro
Milton: Deus abençoe e guarde a sua vida eu tô orando por você também, tá?
Filha: Ta bom! Muito obrigado pai! Nós estamos aqui no tratamento, quando tiver novidade, a gente conta.
Milton: Beijo!
Filha: Beijo! Tchau, tchau
Tayguara Ribeiro e Fabio Serapião, Folhapress