(Adenilson Nunes/SEI)

As vendas do varejo na Bahia em abril tiveram um crescimento de 0,9% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Foi o segundo resultado positivo do setor no estado. No cenário nacional e com a mesma base de comparação, os negócios se mantiveram estáveis (0,1%).

Em comparação ao mesmo mês no ano passado, a ampliação das vendas na Bahia e no Brasil foi 4,2% e 0,5%, respectivamente. No acumulado dos últimos 12 meses, as taxas foram positivas em 3,8% e 1,9%, tanto no âmbito estadual como no federal.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — realizada em âmbito nacional —, e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan).

A expansão das vendas em abril se deve ao efeito-base, uma vez que, em igual período em 2022, as vendas recuaram -4,9%; ao aumento da massa salarial e aos efeitos da desaceleração dos preços em algumas atividades que compõem o setor, como a de combustíveis; e às vendas de alimentos no domicílio, que se mantiveram estáveis nesse intervalo (0,09%).

Além disso, houve influência da comemoração da Páscoa sobre as vendas no ramo alimentício e no consumo de ovos de chocolate. O cenário econômico, porém, ainda é considerado incerto, devido às altas taxas de juros, resiliência da incerteza, elevados níveis de endividamento e inadimplência no mercado.

Atividades
Por atividade, em abril deste ano, os dados do comércio varejista baiano, quando comparados aos de abril de 2022, revelam que cinco dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram alta.

O crescimento das vendas foi observado nos segmentos de Combustíveis e lubrificantes (12,6%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (11,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,6%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,4%); e Móveis e eletrodomésticos (1,4%).

Os demais segmentos apresentaram baixa: Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%); Tecidos, vestuário e calçados (-16,7%); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-23,1%).

No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que as vendas de Hipermercados e supermercados e as de Eletrodomésticos cresceram 6,6% e 3,1%, respectivamente, enquanto a de Móveis permaneceu estável (0,1%).

Na série sem ajuste sazonal, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; Combustíveis e lubrificantes; e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos tiveram registraram as maiores influências positivas para o setor.

O comportamento do primeiro pode ser atribuído à redução dos preços praticados na atividade, já que se comercializam produtos de primeira necessidade. O segundo tem na deflação dos preços dos combustíveis sua principal explicação.

De acordo com os dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou, em março e abril de 2023, taxas de 6,78% e -1,49%, respectivamente, para o item Combustíveis (veículos) em Salvador.

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi o terceiro a exercer maior influência para as vendas no setor — comportamento explicado pela comercialização de bens que elevam a imunidade.

Por outro lado, a forte influência negativa para o setor veio do comportamento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico. Esse ramo engloba diversos segmentos, como lojas de departamento, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc., que comercializam principalmente produtos de menor valor agregado e são influenciados pelo comprometimento da renda do consumidor.

Tecidos, vestuário e calçados foi o segundo segmento a ter influenciado negativamente o setor. Esse comportamento é atribuído à elevação dos preços registrados na atividade em abril. Segundo o IBGE, o IPCA registrou, em março e abril, taxas de -0,78% e 0,54%, respectivamente, para o item Vestuário, na capital baiana. Correio da Bahia