O vereador Tarcísio Paixão (PP), da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, teve mandado de prisão preventiva cumprido na sexta-feira (17) após se apresentar na Promotoria de Justiça do município. Ele é um dos alvos da “Operação Xavier”, deflagrada na quarta (15) com o objetivo de combater um esquema de corrupção na Câmara.

Em contato com a reportagem, o advogado do vereador, Constantino Neto, informou que o cliente é inocente e que se entregou justamente para colaborar com as investigações. Segundo o Ministério Público, Tarcísio Paixão será transferido para o Presidio Ariston Cardoso, no município de Ilhéus.

Além do vereador, outras sete pessoas tiveram prisão decretada. Três delas foram presas na quarta-feira e outras três seguem foragidas. Os presos são dois empresários e o ex-vereador e atual secretário de Agricultura e Pesca de Ilhéus, Valmir Freitas, que foi afastado temporariamente do cargo pela prefeitura.

Coordenada pelo Ministério Público da Bahia, a ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que atuava na Câmara de Vereadores de Ilhéus. Equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais e da 8ª Promotoria de Justiça de Ilhéus, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, atuaram na ação.

Além do cumprimento dos três mandados de prisão, os agentes também cumpriram dez de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal de Ilhéus. O material, contando com celulares e documentos, foi encaminhado para o MP. Além dos presos, um vereador e sete servidores da casa legislativa foram afastados.

Segundo o MP-BA, os investigados estão envolvidos em organizações criminosas instaladas na Câmara e responsáveis por operacionalizar múltiplos esquemas de corrupção ao longo de sucessivas gestões na Casa Legislativa. Os nomes dos outros investigados não foram divulgados.

Denominada “Operação Xavier”, a ação resulta da continuidade de investigações de esquemas fraudulentos identificados pela “Operação Citrus”, que revelou esquemas de corrupção praticados por agentes públicos com o apoio de empresas de assessoria contábil e de licitações, contratadas para maquiar documentalmente a prática dos diversos ilícitos apurados. G1