A Câmara Vereadores de Cruz das Almas, no interior da Bahia, foi palco de uma sessão tumultuada, onde dois vereadores quase foram às vias de fato nesta segunda-feira (26). Os vereadores Edson Ribeiro (DEM) e Tiago Chagas (PTB) por muito pouco não brigaram fisicamente. A briga foi tão feia que nem mesmo a suspensão de cinco minutos deliberada pelo vereador Renan de Romualdo (MDB), presidente da Casa, foi suficiente para acalmar os ânimos. Renan, juntamente com o advogado Fred Nunes e o diretor da Casa, Eron Campos, precisaram separar os vereadores, que saíram de suas bancadas aos gritos.

O início de toda a confusão se deu no momento da leitura do requerimento n° 97/2018 do vereador Josenir Andrade (DEM), que requer ao Executivo Municipal informações dos valores pagos a empresa montadora de toldos e sanitários químicos na Expoflores, realizada no mês de outubro. O vereador Edson estava com a palavra e começou a falar sobre outros assuntos que não estavam relacionados ao requerimento anunciado, o que não é permitido no regimento. Chagas pediu a palavra e alertou ao parlamentar que o regimento interno da Casa Legislativa não permitia a leitura de requerimentos e assuntos que não fossem previamente pautados.

Diante da situação, Edson revidou: “para me chamar a atenção você precisa ser o presidente, chame atenção na sua casa”. Procurado pela reportagem, Thiago Chagas explicou que após sua intervenção, o colega “começou a falar de forma alta e grosseira, dizendo que eu deveria ser presidente pra chamar atenção dele. Mas o regimento diz que se não for cumprido o regimento qualquer vereador pode chamar atenção, inclusive do presidente”.

 

Thiago também disse que toda a celeuma tem origem no fato de ele ter sido o advogado que assinou o processo que resultou na dissolução da antiga Mesa da Câmara, e que consequentemente tirou Edson da presidência: “eu fui o advogado do processo que fez com que se dissolvesse a Mesa e ele deixasse de ser presidente. Acredito que até 2020, o fim da legislatura, ele terá esse sentimento, trazendo coisas do lado parlamentar pra o lado pessoal”. E ressaltou: “não é só porque ele é decano da Casa, que se acha o mais antigo ou inteligente, que praticar as coisas de qualquer forma”.

 

A dissolução
A Mesa que tinha Edson como presidente foi eleita em 1º de janeiro de 2017, mas de acordo com Thiago o processo “não foi feito de forma proporcional”, que a lei prevê: “eles tinham o presidente, o vice, o 1º secretário e o 2º secretário. O regimento prevê que deve ter formação paritária no quantum possível que se atenda às bancadas compostas pelos blocos partidários”. Diante do fato, os vereadores de situação foram à Justiça e conseguiram dissolver a Mesa. Informações do Bocão News