O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), decidiu cortar da lista de possíveis ministros o senador e candidato derrotado à reeleição Magno Malta (PR-ES) após receber informações de que o aliado fez viagens para aproximar o empresário Eraí Maggi da campanha do PSL e, até mesmo, usar sua proximidade para defender nomes que poderiam compor um eventual governo segundo informações do Estadão Conteúdo.

 

Chegou ao conhecimento do futuro chefe do Executivo nacional que Maggi teria colocado à disposição de Malta um jatinho particular para alguns deslocamentos e ainda aberto sua fazenda para encontro com ruralistas. Em conversas com aliados, Bolsonaro chegou a avaliar também uma entrevista dada pelo cobrador Luiz Alves de Lima, de Vitória.

 

Ele foi preso e sofreu tortura depois de ser acusado de pedofilia por Magno Malta em 2010. Anos depois, a Justiça absolveu Alves. Nesta última quarta-feira (5/12), o presidente eleito disse que o perfil do senador “não se enquadrou” no futuro ministério, mas que o parlamentar ainda poderia estar “em outra função”. Magno Malta não registrou deslocamentos em jatinhos do empresário nas prestações de conta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

O senador disse ter gasto na campanha R$ 163 mil em veículos, R$ 50 mil em combustível e R$ 273 mil em carros de som. Para a reportagem, o político informou que não participou “da negociação, contratação e pagamento de aeronave”. Segundo a assessoria do parlamentar, a aeronave foi contratada pelo Podemos de Mato Grosso.

 

A relação de Bolsonaro e Malta era próxima até o resultado do segundo turno das eleições. O senador chegou a receber o convite de Bolsonaro para fazer uma oração de agradecimento pela vitória nas urnas.