Vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti já defendeu o parecer da entidade que dá autonomia ao médico para prescrever remédios do chamado “kit covid”. Segundo reportagem do portal UOL, isso ocorreu em julho de 2020, durante reunião do conselho com um órgão do Ministério da Saúde.

À época, eles já não tinham eficácia comprovada no tratamento contra a doença causada pelo novo coronavírus. A OMS (Organização Mundial da Saúde), inclusive, tinha interrompido testes com eles em pacientes.

O encontro foi organizado pela Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, liderada por Mayra Pinheiro, que ganhou o apelido de “Capitã Cloroquina” pela defesa de tratamentos com hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina e azitromicina.

Psiquiatra formado em Alagoas, Emmanuel Fortes, por sua vez, disse que o parecer de autonomia aos médicos do CFM foi uma das decisões “mais sábias” naquele momento. “É conferir ao médico a autonomia de escolher a melhor conduta para seu paciente mesmo diante de evidências observacionais de alguns aspectos científicos, como a eficácia desses medicamentos em vitro, sem a comprovação em vivo”, disse Fortes sobre os remédios.

Ele pontuou que “o conhecimento dos efeitos colaterais desses medicamentos é do conhecimento dos médicos” e que, prescrevendo-os, os médicos “sabem da responsabilidade”.

Estudos já concluíram que esses remédios não funcionam contra a covid-19. Já os efeitos colaterais podem ser graves. Eles também fazem parte do “kit covid” da Prevent Senior, hoje investigada pela CPI da Covid por ter colocado pacientes sem anuência deles nem conhecimento dos familiares em um estudo sobre esses medicamentos.