O julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a reeleição para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado é acompanhado de perto pelos articuladores do governo na Assembleia Legislativa da Bahia. Há convencimento de que, se o STF liberar a reeleição, tendência mais forte hoje, o atual presidente do Poder, Nelson Leal (PP), será influenciado por colegas a colocar em votação o retorno do expediente na Casa.

E, neste caso, sairia favorito, já que conta com o apoio praticamente explícito da oposição no Legislativo, o que poderia trazer dificuldades para o plano do governo de eleger à sua sucessão o deputado Adolfo Menezes (PSD). Adolfo é o preferido do governador Rui Costa (PT), que o considera dos mais próximos e leais na Casa e defende seu nome sob o argumento de que PP e PSD fizeram um acordo pelo qual o segundo sucederia o primeiro agora.

Mas o governador também não quer brigar com Leal, que é querido entre os colegas e não lhe faltou em nenhum momento nestes cerca de dois anos em que comanda a Assembleia, facilitando, inclusive, a votação da reforma previdenciária. Entre governistas e oposicionistas, há consenso de que este será, talvez, o maior desafio político do governador e do PT em plena despedida de 2020, já que o futuro presidente terá influência decisiva na sucessão de 2022. (Política Livre)