O senador Jaques Wagner (PT) começou a se envolver mais na pré-campanha ao Governo da Bahia em 2022. Desde final do ano passado e após o Réveillon, o veterano tem sido figurinha carimbada nas agendas do governador Rui Costa (PT). Levantamentos internos encomendados pelo PT na Bahia mostram que diminuiu a vantagem entre Wagner e o principal adversário, ACM Neto (DEM), quando o nome do primeiro é associado a Lula. A ideia é explorar bastante o nome do principal líder petista durante todo o processo eleitoral.

Em entrevista na semana passada, o petista ressaltou o fato de os democratas ainda não apresentarem um candidato a quem apoiar nacionalmente. “Tem gente que está sem candidato a presidente da república, então está nervoso. O ministro que é candidato pelo Republicanos [João Roma] tem o candidato dele, eu tenho meu candidato, ele [ACM Neto] não tem ninguém, está perdido no tabuleiro de xadrez”.

Wagner também avança na negociação com partidos. Um deles é o MDB, a quem o grupo petista vem namorando desde o ano passado. O senador disse que a conversa com a sigla continua andando. “A conversa está boa com todos os partidos, agora eu não posso garantir, pois a decisão sempre será dos partidos, mas a conversa com o MDB está andando. […] As conversas com os partidos da base estão muito boas, eu não vejo nenhuma chance de quebra dessa unidade do grupo”.

No último dia 14, durante um evento fechado para petistas em Lauro de Freitas, Wagner também atacou Neto. Para a militância, o pré-candidato ao Governo da Bahia disse que não teme o resultado das urnas. “Eu não tenho nenhuma preocupação. Como não tive nas outras eleições que a gente ganhou. A única preocupação que eu teria é de a gente subir no salto. Aí nós vamos perder a eleição”, declarou.

“A direita aqui na Bahia vai entrar na eleição dividida. É possível que o ex-prefeito fique em terceiro lugar. Quem é Lula vem com a gente, quem não é Lula vai com o candidato dele. Vai sobrar quanto para o baixinho? Vai sobrar quanto para o ex-prefeito?”, emendou. O petista pediu ainda que a militância não ataque os adversários. “Não precisa de xingamento, deixa isso pra o outro candidato, vamos falar de futuro”.

Vale lembrar que o ex-governador chegou a interromper o descanso de final de ano para acompanhar Rui desde o Natal do ano passado em visitas a cidades atingidas pelas enchentes que atingiram a Bahia. Em um dos discursos, chegou a se gabar de que rodou por sete cidades em apenas um dia. Tribuna da Bahia