O senador Jaques Wagner (PT) se posicionou de forma contundente em relação à reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) e chegou a classificar a atual de gestão de petulante por querer, segundo ele, retirar direitos já constituídos dos menos favorecidos. Para o ex-governador da Bahia, esse é o momento de maior ataque já pretendido contra a Previdência pública e sistema de seguridade social brasileira.

“Nenhum governo antes foi tão petulante, tão arrogante e tão invasivo contra os direitos dos trabalhadores e cabe a todos nós, parlamentares comprometidos, mas principalmente aos movimentos sindicais, sociedade civil organizada a esquentar a rua, pois a luta e negociação são dois lados da mesma moeda da democracia. Sem vocês na rua não tem negociação aqui dentro [do Congresso]. Então eu faço esse apelo, vamos esquentar as ruas de manhã, de tarde e de noite”, conclamou em suas redes sociais.

O líder petista elencou ainda os principais pontos a que diverge no projeto. “Esta reforma que foi apresentada, principalmente batendo no BPC (Benefício de Prestação continuada para o idoso / LOAS), que hoje em dia é no valor de um salário mínimo e o cara quer derrubar para R$ 400,00, pelo amor de Deus. Tem tanto sonegador, tanta gente devendo e de novo querem fazer reforma da Previdência de novo em cima do pobre coitado que ganha um salário mínimo. Esse é o primeiro ponto que não dá nem para se discutir”, frisou.

Em sua lista o senador engloba ainda as modificações que envolvem o trabalhador rural – o jovem que entrar hoje no mercado rural terá de contribuir com 20 anos, no mínimo, para conseguir a aposentadoria. “O trabalhador rural, de novo um salário mínimo. Esse pessoal miúdo, de pouco dinheiro é quem vai pagar a conta”, questionou.

“Terceiro se tirar da constituição o sistema de seguridade social qualquer hora todo mundo vai mudar. Ele está na constituição porque ele é um bem para a sociedade brasileira. E por fim, o que é o mais perigoso que é a chamada capitalização, onde hoje tudo que a gente paga para a previdência fica para o poder público tomar conta. Portanto, ele pode ser revertido, inclusive, em benefício para o conjunto da sociedade e querem fazer capitalização como foi feita no Chile à época do governo militar. Vai ver no Chile o que acontece, 60% dos idosos ganham menos que um salário mínimo, então abaixo da linha da pobreza. Então, eu não posso concordar porque eu acho que a seguridade social é a garantia que você que trabalhou a sua vida inteira vai poder desfrutar. Precisa atualizar a Previdência, precisa, mas enquanto o governo mantiver esses quatro pontos não dá nem para sentar para conversar”, cravou. (Bocão News)