O YouTube removeu na última quarta-feira (13) um vídeo do canal do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que ele levanta a possibilidade de fraude nas eleições de 2018 sem apresentar provas. É a primeira vez que isso acontece no canal dele desde que a empresa proibiu fake news sobre a última disputa presidencial.
Em março, o YouTube anunciou que derrubaria vídeos com informações falsas relacionadas às eleições de 2018, incluindo alegações de fraude e erros que possam ter alterado o resultado da votação.
Postado no dia 12 de agosto de 2021, o vídeo traz uma entrevista de Bolsonaro concedida no mesmo dia a uma rádio. Ao acessar o link, a plataforma indica que o material foi deletado “por violar as diretrizes da comunidade”. A gravação continua no ar na página do presidente no Facebook.
Durante a entrevista, Bolsonaro questiona o processo eleitoral de 2018 e a suposta atuação de um hacker para “desviar votos”. Na ocasião, o presidente ainda admitiu que “não tinha provas” sobre a influência externa no pleito.
Procurado pelo g1, o YouTube confirmou que o vídeo foi removido por descumprir sua política de integridade eleitoral, que proíbe desinformação sobre as eleições de 2018.
A plataforma afirmou que tem elaborado um conjunto de políticas e sistemas “para dar visibilidade a conteúdo confiável, reduzir a disseminação de informações enganosas e permitindo, ao mesmo tempo, a realização do debate político”.
“Todos os conteúdos no YouTube precisam seguir nossas Diretrizes de Comunidade. Além de uma combinação de inteligência de máquina e revisores humanos, também contamos com denúncias de usuários para identificar materiais com conteúdo suspeito e manter a comunidade da plataforma segura”, disse a plataforma.
Nova regra do YouTube
Essa é a primeira vez que um vídeo é excluído do canal do presidente após a atualização da política do YouTube em março deste ano. A plataforma disse que removerá vídeos com informações falsas sobre as eleições de 2018.
Pela nova regra, serão derrubados vídeos com “informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados”.
A medida já havia sido adotada pelo YouTube para vídeos publicados após as eleições dos Estados Unidos, em 2020, e da Alemanha, em 2021.”Agora, ela será aplicada às eleições presidenciais brasileiras de 2018″, disse a empresa ao anunciar a mudança. G1