EC Vitória

Ele é zagueiro, mas deu contribuições importantes no ataque ao Vitória durante a Série C do Brasileiro. Marco Antônio é um dos responsáveis pelo acesso conquistado pelo rubro-negro nesta temporada. Titular absoluto com o técnico João Burse, o prata da casa foi um dos destaques da defesa e ainda assumiu papel de artilheiro em jogos cruciais.

Foi o zagueiro quem garantiu o primeiro triunfo do Vitória na Série C. Na quarta rodada, ele aproveitou escanteio cobrado por Gabriel Santiago e, de cabeça, estufou a rede do Barradão contra o Manaus: 1×0 na estreia dele e do técnico Fabiano Soares na competição.

Depois, já sob o comando de João Burse, anotou outros dois, também de cabeça, na vitória por 3×1 contra o Brasil de Pelotas. O zagueiro abriu e fechou o placar diante de mais de 28 mil pagantes, no Barradão. Rafinha foi o autor do segundo tento rubro-negro e Alemão (contra) fez o gol de honra da equipe gaúcha. O resultado garantiu a classificação ao quadrangular decisivo da Série C.

“É até engraçado isso de ‘zagueiro artilheiro’, mas meu principal objetivo é defender e depois tentar ajudar meu time ofensivamente. É difícil você criar certos rótulos e depois não conseguir manter. Eu sou bem ciente de que meu principal objetivo é não tomar os gols, mas sempre que puder e Deus me abençoar eu vou tentar fazer porque dá um pouco mais de visibilidade”, avalia Marco Antônio.

Só dois jogadores balançaram a rede mais vezes que ele na Série C, os atacantes Rafinha, dono de oito gols, e Santiago Tréllez, que marcou seis vezes.

Altura

Além de contribuírem para o acesso do Vitória, os gols de cabeça ajudaram Marco Antônio a superar uma desconfiança. O zagueiro de 1,79 m quase virou meio-campista por conta da altura. Alguns profissionais que o treinaram acreditavam que ele deveria atuar como volante por não ter estatura avantajada. Ex-técnico das categorias de base e do profissional do Leão, Rodrigo Chagas teve papel importante nessa decisão.

“Eu cheguei no Vitória como volante, só que aí depois eu acabei virando zagueiro. Aí depois eu retornei para volante novamente justamente por esse questionamento. Eu tinha trabalhado com o professor Rodrigo Chagas, uma pessoa que foi muito importante na minha carreira na base. Trabalhei com ele como zagueiro e fui capitão todo o período dele no sub-17. Depois fui reencontrar com ele no sub-20”, contou Marco Antônio, que começou a treinar na Toca do Leão com apenas 12 anos.

Esse reencontro deu confiança a ele para jogar como zagueiro. “Se criou que eu teria que dar seguimento mesmo como volante por causa da estatura, mas quando ele assumiu o sub-20, ele falou que eu era até um bom jogador como volante, mas eu era muito diferente como zagueiro e, por ele já me conhecer naquela função, ele queria que eu desse sequência com ele como zagueiro. Pude dar sequência no Brasileiro sub-20 e depois ele foi o responsável por me fazer subir para o profissional”, relembra o defensor.

Marco Antônio se profissionalizou em 2021. Sob o comando de Rodrigo Chagas, entrou no segundo tempo da derrota por 2×1 para o Jacuipense, na fase classificatória do Campeonato Baiano. Depois, só voltou a ter nova oportunidade naquele ano na antepenúltima rodada da Série B, quando foi chamado para deixar o banco no final do triunfo por 3×0 contra o Cruzeiro, já com Wagner Lopes à frente do time.

Totalmente integrado ao profissional na atual temporada, o zagueiro de 22 anos conquistou vaga no time na Série C, se agigantou diante de muitos adversários e fez ninguém dar importância à própria altura. “Eu sempre tive essa consciência de que como zagueiro eu poderia galgar grandes coisas, mais rápido até do que como volante por ser um pouco mais disputada. De certa forma todas as posições são, mas eu também sentia que como zagueiro eu iria sobressair mais e conseguir chamar atenção mais rápido”, orgulha-se.

Como ele compensa? “Compenso com minha velocidade e dinâmica. Por eu ter jogado bastante tempo no meio-campo, como volante. Por mais que eu tivesse uma estatura não tão avantajada eu conseguia me sobressair com minha impulsão. Pude mostrar isso no profissional e espero dar continuidade ano que vem na Série B dessa mesma forma, não sendo julgado pela forma visual e sim pela minha qualidade”, projeta Marco Antônio. Correio da Bahia