Foto: Ricardo Stuckert / PR

O embate imediato entre Congresso Nacional e STF, após a decisão pela descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, levou o PT e o governo a calcularem os passos que serão dados a partir de agora. Integrantes do partido avaliam como perigoso um envolvimento maior, e adotam cautela no debate que se seguirá entre os dois poderes. O partido não quer chamar para si uma discussão polêmica, que extrapola os limites de Brasília, e vem tomando as redes, evitando, assim, atrair mais desgaste para sua imagem.

O posicionamento que os governistas adotarão no debate da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe o porte de qualquer tipo de droga é um ponto de preocupação. O texto está na Câmara dos Deputados e será analisado em uma Comissão Especial, criada na terça-feira (25) pelo presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), e o Planalto não quer atrair para si uma derrota num assunto que não é uma bandeira de governo.

O governo, aliás, nunca quis entrar no debate das drogas, nem na pauta de costumes, tendo em vista a configuração do Congresso. Achou, nas palavras de um líder, “péssimo” quando a então ministra Rosa Weber, do STF, pautou o julgamento da descriminalização do porte de maconha. Quando temas como drogas e aborto aparecem, o governo adota uma posição reativa, esperando ver como o debate se dá na sociedade antes de se posicionar.

Outro ponto trazido por articuladores petistas é o ano de eleições municipais, o que, segundo um assessor palaciano, “torna o contexto político ainda mais sensível”. O tema da segurança pública, atrelado ao debate sobre as drogas, promete ser um dos pontos centrais nos debates das campanhas eleitorais para prefeituras em muitas cidades do Brasil. Estrategicamente, o PT avalia que a escolha de um lado pode prejudicar a avaliação de candidaturas. G1