Um homem sem as pernas, internado no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi largado na calçada da unidade por maqueiros da unidade e ficou, segundo pessoas que o socorreram, quatro horas na rua — ainda com uma sonda e de fraldas.
“Ele tava jogando no chão, eu cheguei 7h20 para trabalhar, ele tava jogado aqui no chão. Fui até ele e perguntei o que tinha acontecido. Ele falou que os maqueiros jogaram ele aqui”, disse o vigilante Mauro Sérgio Novaes.
O episódio ocorreu na última segunda-feira (10) e foi revelado pelo jornal “O Globo”. Nesta terça-feira (11), testemunhas contaram ao RJ1 que lojistas da região levaram o homem novamente para o hospital, onde ele vai aguardar por uma vaga em um abrigo da Prefeitura do Rio.
“Os lojistas que carregaram ele e botaram ele aqui (no hospital), quando ele estava só de fralda e sonda. (…) ele que pediu para ser colocado para fora do hospital, porque o hospital alegou que não tinha mais o que fazer para ele dentro do hospital, que ele não podia ocupar a vaga de outro paciente. Foram funcionários do proprio hospital que colocaram ele para fora”, contou a professora Tatiana Cristina Borges, que acompanhou a situação do homem amputado.
Maqueiros demitidos
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, o caso será investigado. Contudo, antes do fim da apuração, a direção do Hospital Pedro II informou que os dois maqueiros que levaram o homem para fora da unidade de saúde foram demitidos.
“Há um processo de apuração dos fatos em andamento e os dois funcionários que levaram o homem para fora do hospital foram demitidos. Este não é o procedimento da unidade, dizia parte da nota divulgada nesta terça-feira.
Ainda de acordo com a direção do hospital, o homem foi deixado na unidade de saúde por um abrigo de Búzios, na Região dos Lagos, sem nenhuma indicação de atendimento médico.
O órgão informou ainda que foi o próprio paciente que pediu para ser retirado da unidade de saúde. Segundo eles, o departamento de Serviço Social do hospital buscava uma instituição de acolhimento para receber o homem, quando o próprio pediu para ser levado para fora do hospital.
Foi nesse momento que dois funcionários atenderam ao pedido do paciente, porque ele se negava a permanecer no hospital, informando que teria alguém para buscá-lo. “Eu achei um absurdo. Isso não se fez nem com um cachorro. A responsabilidade é do hospital Pedro Segundo, não interessa se o cara não queria ficar ali dentro ou não. Isso é desumano, um frio danado, 7h30 da manhã, com sonda. Absurdo”, comentou uma testemunha. G1