A disputa por uma vaga para concorrer ao Senado pela Bahia em 2018 tem trazido perfis interessantes para os eleitores. Principalmente daqueles mais próximos ao governador e candidato à reeleição, Rui Costa. Basta olhar para os principais nomes já públicos que tentam um espaço para disputarem a eleição:

 

Jaques Wagner (PT), Lídice da Mata (PSB), Angelo Coronel (PSD) e Ronaldo Carletto (PP). O ex-governador Wagner é considerado o único com vaga garantida, apesar de sugerir que abriria mão da disputa em prol da unidade do grupo. O petista possui perfil conciliador e, com trato refinado, dificilmente encontraria oposição dentro do próprio grupo.

 

Lídice é a mais esquerdista nessa disputa. Ícone da resistência ao carlismo na década de 1990, surfou na onda vermelha em 2010 e garantiu a atual cadeira no Senado. Agora, corre o risco de ficar fora da chapa por problemas de musculatura política do PSB na Bahia. Os dois últimos, Coronel e Carletto, possuem perfis mais próximos entre si, porém diferentes de Wagner e Lídice. Este texto integra o comentário para a RBN Digital desta quarta-feira (17).

 

Apesar de politicamente de centro, os dois entram na disputa com estratégias completamente distintas. O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) é mais próximo do gênero fanfarrão, que procura aparecer com críticas discretas ao governador e trânsito livre com a oposição.

 

Coronel tenta ainda mostrar estar mais próximo da população – vide a participação dele na Lavagem do Bonfim na última semana, com direito a bloco de apoio. O estilo bonachão se tornou um dos trunfos de Coronel, que também possui a musculatura do PSD para catapultá-lo ao posto, com uma provável vaga reservada. Já Carletto, que por enquanto segue no PP, prefere os bastidores.

 

Desde o final do ano passado opera em silêncio para adquirir cacife político para bancar um espaço para si na chapa de Rui Costa – ou até mesmo de ACM Neto (DEM). Como o PP já estaria representado na disputa com João Leão na vice, Carletto namora com o PR, com a promessa de levar um séquito de deputados e prefeitos para a legenda, caso confirme a migração.

 

Como se não bastasse a articulação junto aos republicanos, o deputado federal ainda mantém articulação em torno de outra sigla, o Pros, que ampliaria a musculatura política na reta final da disputa. De bobos, nenhum deles tem sequer um dedo.

 

Com perfis tão distintos, a disputa é um convite para assistir com pipoca como será a costura política de Rui nos próximos meses. Este texto integra o comentário desta quarta-feira (17) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.