Passageiros que estavam na lancha que teve um problema em um dos motores e parou na Baía de Todos-os-Santos, na manhã desta quinta-feira (19), relataram momentos de pânico. Eles lembraram do acidente que deixou 19 pessoas mortas em agosto de 2017.
O acidente com a Cavalo Marinho I aconteceu no dia 24 de agosto, há quatro anos. Dezoito pessoas morreram com a virada da embarcação e a 19º vítima morreu por consequência do acidente, no mesmo dia.
Com o susto desta quinta-feira, passageiros que perderam familiares nesta tragédia reviveram a angústia. Um deles foi o pedreiro Márcio Lima, primo de Alessandra Bonfim dos Santos, que morreu aos 36 anos.
“Eu tenho já no meu subconsciente guardado o problema que teve com minha prima, Alessandra, que faleceu no outro episódio que teve, na Cavalo Marinho. Então isso não saía da cabeça. Tive receio sim, porque era muitas vidas juntos e eu lembrei automaticamente da situação que aconteceu com minha prima”.
“Vendo o cais, as pedras ali ao lado, eu pensei: ‘Vai acontecer a mesma coisa’. Só queria tentar me proteger e, se desse, proteger alguém”, disse Márcio.
Quem também recordou o acidente com a Cavalo Marinho I foi o técnico de informática Daniel Lima, que pediu providências com relação à situação das embarcações do terminal.
“Foi complicado. Quando saiu da travessia lá, do quebra mar, que a gente começou a ver que a lancha parou, veio aquele pensamento de que estamos em pleno agosto, vai fazer quatro anos do acidente da outra lancha. Então foi uma situação difícil. Idosos e crianças ficaram com bastante medo. Os marinheiros tentaram justificar a situação para a gente”
“A gente sabe que a empresa é um descaso, vários problemas com essas embarcações, e alguma coisa tem que ser feita. A gente precisa de uma providência com essa situação, o passageiro não merece isso”, argumentou Daniel.
Outro passageiro, que não foi identificado, falou sobre a sensação vivida no momento. Segundo ele, os marinheiros não informaram o que estava acontecendo.
“Foi muito pânico, todo mundo assustado, muita gente botou o colete [salva vidas]. Não tem informação correta, muita gente não sabe o que está acontecendo. E a Capitania não chegou [na hora]. Só Depois de muito tempo, quando a gente já estava passando para outra lancha, foi uma situação horrível”. G1