Em menos de três meses, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pavimentou um caminho que o moveu de aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consolidando a reeleição para mais dois anos no cargo.

A votação, que é secreta, ocorre nesta quarta-feira (1) e Lira tem um amplo arco de apoio, indo do PL de Bolsonaro ao PT de Lula. Dois fatores principais explicam a rápida metamorfose.

Primeiro, a fragilidade da esquerda, que controla apenas cerca de um quarto das 513 cadeiras na Câmara, o que tornou a perspectiva do lançamento de uma candidatura contra o líder do centrão uma aventura de altíssimo risco.

Segundo, as três ações de Lira que pavimentaram a aproximação com os petistas: o imediato reconhecimento público da vitória de Lula, a condução da aprovação da PEC que deu fôlego orçamentário ao novo governo e, por fim, a reação contra os vândalos golpistas do dia 8 de janeiro.

“O PT fez uma escolha pragmática. Aprendeu na eleição do Eduardo Cunha. Achou que não compensava correr o risco de tentar eleger uma pessoa do partido deles e dar errado. Foi uma decisão correta do ponto de vista estratégico”, afirma o deputado Ricardo Barros (PP-PR), que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara. BNews