O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse, ontem, que o governo estadual dá “10 a 1” em obras construídas na capital baiana, quando se compara com a gestão do ex-prefeito ACM Neto e do atual Bruno Reis, ambos do União Brasil. A declaração do chefe do Palácio de Ondina ocorreu em entrevista à rádio Metrópole.
“Eu comecei a gravar uns vídeos. Se você soltar no aeroporto, vai ver aquele complexo de obras na rótula do aeroporto. Quem fez aquilo? O governo do Estado. Aí você entra na Paralela. Todos os viadutos construídos nos últimos 10 anos, o metrô, as vias marginais. Quem fez essas obras todas? Foi o governo do estado. Da Orlando Gomes, 29 de março, que está ficando pronta, até a BR, quem fez essas obras todas? O governo do estado. (…) Se for no Subúrbio, quem fez a maior parte das encostas que evitaram o desabamento e as mortes de pessoas? O governo do estado. Quem está fazendo VLT? O governo do estado. Se fizer uma fotografia de cima, vai perguntar o contrário: quais foram as obras estruturantes que a prefeitura fez? Tente aí me relacionar e compare com as do governo do estado. É quase 10 a 1”, disse o governador.
Rui ainda criticou o BRT, que está sendo construído pela prefeitura soteropolitana. “São quase 10 anos de governo, e um BRT que até hoje não funciona e, a meu ver, deixou a cidade muito mais feia, cheia de elevados”, atacou.
Rui ainda minimizou os resultados das sondagens de opinião, que mostram ACM Neto na liderança na disputa ao governo da Bahia. O governador apoia Jerônimo Rodrigues (PT). “As pesquisas sempre erram aqui na Bahia, porque se antecipam antes do povo começar a tomar conhecimento dos candidatos. Quando os eleitores começarem a conhecer Jerônimo, compararem a trajetória política, vão começar a ter outras posições”, disse.
Sem citar nomes, o governador Rui Costa criticou ontem o vice-governador João Leão (PP) e o deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) por serem “verdadeiros atores globais”. Os dois eram aliados do petista e romperam a fim de migrar para a base do pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto.
Rui disse que os correligionários o viviam o elogiando, e pediam para visitar sua casa. “Muitas pessoas não passavam de encenação, de fingimento ao meu lado. Às vezes, ficaram três, quatro, oito anos. Eram verdadeiros atores globais, que estavam frequentando a sua vida. Mas eu me concentro em fazer o bem e cuidar das pessoas. Eu quero é trabalhar muito”, disse, ao ressaltar que a postura dos ex-aliados, que o criticaram após a ruptura política, gerou “muita decepção”.
“Tem pessoas que frequentavam a minha casa e diziam: ‘vocês são como minha segunda família’. E estava no governo até 30 de março. Agora, o cabra sai e começa falar bobagem. Como pode a natureza humana permitir esse tipo?”, questionou, ao acrescentar: “Mas Deus e o povo baiano julgarão essas pessoas. Julgará a atitude dessas pessoas”. Tribuna da Bahia
