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A bancada do PSD na Câmara Federal emparedou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), responsável pela articulação do governo com o Congresso, para cobrar a entrega do comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) ao partido. No papel de líder do bloco, Antonio Brito, que coloca seu nome para presidir a Casa em 2025, em companhia dos deputados do Rio de Janeiro Pedro Paulo e Laura Carneiro, conduziu a articulação. A ação ocorreu em meio à possibilidade de a instituição ser entregue ao Republicanos.

O episódio aconteceu após cerimônia de lançamento da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, nesta última terça-feira (26), no Palácio do Planalto. Após o evento, o ministro foi em direção ao elevador, mas foi parado pelo grupo.

Os parlamentares, conforme o Estadão, mostraram insatisfação em relação ao governo. Dentre as cobranças, estavam a presidência da Funasa, reivindicada pelo PSD, e a liberação de verbas para hospitais federais na cidade do Rio de Janeiro. A bancada também ameaçou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sob alegação de que ela demora na liberação de recursos para o Rio de Janeiro.

Em áudio registrado pela rádio CBN, em um determinado momento da conversa, a deputada Laura Carneiro fala: “Se a gente dançar, a ministra [Nísia] vai dançar também”.

A irritação de parte da bancada aumentou após o grupo ver os repórteres registrando o acontecimento. Ao fim da conversa, Padilha disse que a situação foi um “baculejo” – gíria para as abordagens policiais nas ruas. O ministro foi procurado por jornalistas, mas evitou dar qualquer declaração sobre o assunto. De acordo com Brito, a conversa foi em público por praticidade e para evitar qualquer demora até os parlamentares subirem no gabinete.

O presidente Lula havia extinto a Fundação no início do terceiro mandato. Em julho ela foi recriada com o prazo de 30 dias. Esse prazo foi prorrogado, mas expirou em 15 de setembro. Até o momento, não foi dado nenhum aceno do governo em relação à direção da Funasa.

Durante as negociações da reforma ministerial, em agosto, o PSD levou uma “caravana” de cerca de 25 deputados ao gabinete do ministro das Relações Institucionais para pressionar pelo comando da Funasa, conforme mostrou o Broadcast Político. Desde a época, o partido mantém a indicação do ex-vice governador do Ceará Domingos Filho, pai do deputado federal Domingos Neto (PSD-CE), para a presidência da Fundação. Bahia.Ba